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ENTREVISTA Quinta-feira, 19 de Maio de 2011, 14:23 - A | A

Quinta-feira, 19 de Maio de 2011, 14h:23 - A | A

“Se for vontade do PT, estou à disposição”, diz Zeca sobre possível candidatura a prefeito

Wendell Reis - Capital News (www.capitalnews.com.br)

O ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos, Zeca do PT, em entrevista exclusiva ao Capital News, disse que por enquanto não tem projeto pessoal de lançar pré-candidatura para as próximas eleições municipais em 2012 e nem para o Senado em 2014. “Não tenho projeto pessoal. Se for vontade do PT, estou à disposição”, dispara.

Zeca também falou sobre questões polêmicas como a relação dentro do partido, rivalidade com André Puccinelli (PMDB), relação com o senador Delcídio Amaral e sobre uma possível aliança entre PMDB e PT no Mato Grosso do Sul.

José Orcírio Miranda dos Santos nasceu em Porto Murtinho, no dia 24 de fevereiro de 1950. É casado com Gilda do PT, pai de três filhos e avô. Foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 1990 e reeleito em 1994. Em 1998, foi eleito governador de Mato Grosso do Sul e reeleito em 2002.

Capital News: Nós estamos próximos de uma disputa pela prefeitura de Campo Grande. Depois daquela disputa acirrada entre o senhor e Puccinelli, por alguns anos o PMDB ficou como favorito. Agora seu nome surge como forte concorrente. O senhor pensa em se candidatar a prefeitura de Campo Grande?

Zeca do PT: Primeiro deixa eu te dizer algumas coisas: eu fico muito contente dessa lembrança. Acho que evidentemente ela está associada à disputa do ano passado. É um recall, uma referência. Na cabeça, na lembrança das pessoas surge muito em consequência disso. Mas, surge também na cabeça, principalmente das pessoas de mais idade, ainda a histórica disputa de 1996. Nós tínhamos projetos praticamente esgotados. Eu me lembro naquela campanha tínhamos a candidatura do ex-deputado federal, Nelson Trad, pai do Nelsinho, hoje aposentado e a candidatura do ex-senador Levi Dias hoje também aposentado. Tudo aquilo já começava a se mostrar esgotado e resultou na disputa de 1996. Então, o grande fato novo foi a minha candidatura e a do André. Nós começamos lá atrás e na medida que o debate eleitoral e político se acirrava, nós começamos a crescer. Ao final do primeiro turno, eu terminei em primeiro, com 100 mil votos, aproximadamente, e o André veio em segundo com 80. Ou seja, eu botei 20 mil votos na frente do André. No segundo turno eles fizeram toda a articulação. Um grande esquema que até hoje não foi devidamente esclarecido. Esquema que mortos votaram, porque ainda era voto manual. Uma vergonha. E o judiciário não teve coragem de julgar até hoje. Resultado disso tudo: Nos ganharam a eleição com 411 votos, em meio a 400 mil. Tamanha indignação tomou conta da sociedade campo-grandense, do povo da nossa Capital e teve aqui a famosa passeata dos 20 mil, com a presença do então presidente do partido, Lula [Luíz Inácio Lula da Silva], em um grande ato ali na Treze com a Afonso Pena, exigindo que o judiciário se manifestasse. Não se manifestou. Não se manifestou porque... eu cada vez mais desacredito no judiciário. De lá para cá, nunca mais o PT teve uma disputa igual. Em 2000, nós já no governo do Estado, teve a candidatura do ex-deputado Benhur, na ordem de 23%, 24%. Em 2004, teve a candidatura do deputado Vander Loubet, também na faixa de 22%, 23% e em 2008 teve a candidatura do ex-deputado Pedro Teruel, na faixa dos 18%. Na eleição do ano passado, de governador, de novo o PT, com a minha candidatura, voltou ao patamar dos 40% em Campo Grande. Nós perdemos aqui por 100 mil votos de diferença, mas de novo o PT atingiu o patamar de 38% e 40%. Evidentemente conto isso para falar um pouco do processo histórico, mas te dizer que as pesquisas refletem isso também. A disputa do ano passado aqui em Campo Grande e o processo histórico que vem de 1996, de uma coisa até hoje não resolvida. Mas e daí, você vai ser candidato? Não sei. Eu não tenho projeto pessoal. Eu critico, sou crítico duro daqueles que passam a vida inteira atrás de projeto pessoal. Na política para mim isso é um horror. Eu fico imaginando, me perguntando o que leva um homem a passar dez mandatos como deputado. Vira profissão? Acho que tinha que limitar os mandatos, para que se tenha, efetivamente, renovação.

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Foto: Deurico/Capital News

Em 1990 ganhei como deputado. Fui o primeiro deputado estadual do PT. Em 1994 eu me reelegi deputado. Em 1997, depois da disputa para a prefeitura, estava pescando com o Lula no Pantanal, então presidente do PT, virei para ele e disse: - O Lula, vou ser candidato a governador. Ele falou: - Você está louco. Você não ganha, o PT não tem força. Você não ganha do Pedrossian, do Wilson Barbosa. Acabei sendo e acabei ganhando. Porque? Não queria mais que dois mandatos como deputado. Chega. Imagina dez. - Ah, o recorde. Para o quê? Para ficar do tamanho de um [faz gesto com as mãos, lembrando uma pessoa bem grande]. Para o quê?. Não tem sentido na minha cabeça. Fiz dois mandatos como deputado. Dois mandatos como governador. Porque o povo e o PT queriam. Agora a disputa do ano que vem, não sei. Não tenho projeto pessoal. Se o PT, a militância do PT de Campo Grande entender que o meu nome é o melhor nome para disputar a prefeitura de Campo Grande, com certeza eu não vou correr da raia. Ou seja, se eu posso dar a minha contribuição, com o prestígio que não é meu, com o prestígio que o PT, a sua militância fez com que a minha figura encarnasse, eu posso botar isso a serviço e, com certeza, vou botar a serviço do PT. Sendo candidato em Campo Grande, por vontade da militância, ou ajudando as nossas candidaturas no Estado. O PT, e é verdade, os números mostram. O PT tem condições de sair da disputa do ano que vem com 20, 25 a 30 prefeituras. Com todo o esquema montado com a atual eleição do governador, liderado pelo PMDB. Com toda a parafernália, com toda a grana, nós ganhamos em 25 cidades. Nós empatamos em outras. Dos 170 mil votos que o atual governador nos botou de diferença, 135 mil foram em quatro cidades. Cem mil em Campo Grande, 20 mil em Dourados, 10 mil em Três Lagoas, e 5 mil em Ponta Porã. Cento e trinta e cinco mil, dos 170 mil que ele colocou de diferença. Portanto, a disputa no interior é muito parelha. O que posso fazer? Não vou me furtar do papel histórico que tenho de ajudar. Agora, posso ser candidato aqui, como posso ajudar a campanha do interior. Acho, avalio neste momento, que o modelo de gestão pública municipal do PMDB para Campo Grande esgotou, e a democracia reivindica isso. Eu dizia agora há pouco e tenho dito. O PT em Porto Alegre governou por 20 anos. Começou com dois mandatos do Olívio [Dutra], Tarso Genro, ai veio outro deputado. Chegou ao final e a administração do PT estava muito bem avaliada, mas tinha cansado. Aqueles que nasceram 20 anos atrás foram crescendo e nunca viram um outro partido governar. É o que está acontecendo em Campo Grande. Muitos nasceram vendo o PMDB governar com Juvêncio, Lúdio, daí o André, daí o Nelsinho. Mesmo modelo, as mesmas práticas. Cadê a saúde pública de Campo Grande e o prefeito é médico. Desastre! E o prefeito é médico e governador também. Desastre! As pessoas estão literalmente sendo empilhadas nos postos 24 horas, entre aspas, sem nenhum investimento, nenhuma preocupação com a vida, com a dor das pessoas. Cadê a saúde pública em Campo Grande? Qual que é o projeto? Olha o transporte coletivo, outro desastre. Provavelmente, se não o mais, um dos mais caros do Brasil. Uma vergonha nas manhãs, no final da tarde, na hora em que o trabalhador retorna para o bairro depois do trabalho. Olha a questão da segurança. Olha a questão da miserabilidade de grande parte do povo. Cadê as políticas de inclusão social? Cadê as políticas de construção de dignidade, cidadania. Não existe! O que me envergonha é que estes dias eu vi o prefeito Nelsinho Trad reclamando da Dilma. Logo ele que ao longo de seus dois mandatos como prefeito teve dinheiro para investir só da Dilma, só do Lula. O que tem em Campo Grande é dinheiro Federal. Onde foi parar o dinheiro da prefeitura? Então acho que quando as pessoas percebem isso querem mudar. Vê no PT uma alternativa de mudança. E quando pensam no PT, é meio que natural pensar no meu nome, porque acaba se confundido com o PT, o que me gratifica, me orgulha. Mas, humildemente te digo: Não tenho projeto pessoal. Se for vontade do PT, estou à disposição.

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Foto: Deurico/Capital News

Capital News: O senhor falou que a militância vai decidir. O PT aqui no Estado passou por algumas divisões, inclusive na última campanha, o senhor chegou a citar isso em entrevistas. O partido conseguiu se recuperar desta divisão? Ele caminha junto hoje?

Zeca do PT: É muito próprio do PT este espaço de debate. Às vezes duro, muito próprio. O PT se construiu aí. Você sabe que historicamente a construção dos partidos é uma coisa da elite. A nós comuns coube o papel de votar no doutor, fazendeiro, empresário. Nós não podíamos. Os partidos surgiam, desapareciam, se fundiam nos gabinetes a salas fechadas, primeiro no Rio de Janeiro e depois em Brasília. O PT vem na contramão deste processo histórico. O PT surge na rua. Da luta da juventude por escola pública de qualidade, da luta das mulheres contra a carestia, da luta dos sindicalistas por melhores condições de trabalho, salário dos metalúrgicos, bancários, professores, da luta dos sem terra por reforma agrária. Da luta do povo contra a ditadura e por democracia. Neste processo, coletivo, nós começamos a perceber que só votar não era suficiente. Eu ia passar a minha vida inteira como sindicalista, lutando por salário, e o congresso votando contra, votando pelo arrocho. Ai surgiu a ideia da construção do partido e a ideia de Lula e de alguns sindicalistas de vanguarda, da construção de um partido histórico no final dos anos 70. Em 79, 78, é lançado o movimento pró-PT. Eu volto para cá, como bancário, começando a minha trajetória no movimento sindical. Então, partido que nasce assim, que se constrói assim, das contradições e lutas diárias de seu povo... Claro que tem diferenças, correntes, concepções antagônicas, pensando na construção da sociedade justa, humana e solidária, e são estas concepções que explicitam isso. Você supera. Não tenho absolutamente nada contra o senador Delcídio. O debate com o Delcídio é político. Até porque tenho claro que nós somos os responsáveis pelo mandato do senador Delcídio. O PT e a militância do PT que levaram Delcídio a ir à segunda vez como senador. E é o grande nome que nós temos para 2014. O que precisa é Delcídio ter dimensão, e tem, porque é um homem muito inteligente, e ele precisa se reencontrar com o PT. A grande oportunidade de se reencontrar com o PT é 2012. Se ele estiver nos palanques das candidaturas do PT com os aliados, que não é do PMDB, PSDB e nem o DEM. Se estiver no palanque do PT com os aliados, e com certeza vai estar, ele se fortalece e sai da disputa com 25, 30 prefeituras, para lhe apoiar e ele ser o governador do PT no Mato Grosso do Sul.

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Foto: Deurico/Capital News

Capital News: Algumas pessoas disseram que esta aproximação teve relação com dívidas de campanha. O senhor confirma isso?

Zeca do PT: Não, a dívida não é minha. A dívida é de campanha. A dívida é do PT. A campanha não foi do Zeca. O Zeca foi uma ferramenta, um instrumento. O candidato do PT é de um arco de alianças. Portanto, absolutamente natural que o PT assumisse a dívida que sobrou, falta pagar, e vai pagar.

Capital News: Vamos falar do senhor e do atual governador, André Puccinelli. O senhor já enfrentou ele duas vezes. Estes dias até brincaram e falaram para ele que o Zeca ia vir como senador. Ele disse pode vir, a gente já se enfrentou duas vezes. Tem a possibilidade do senhor vir a enfrentar o André na disputa pelo Senado?

Zeca do PT: Não sei. Eu pessoalmente não tenho pretensão de ser prefeito e nem de nada. Se o PT tiver eu não vou fugir da raia. Se eventualmente for o candidato a prefeito e ganhar, evidentemente que em 2014 eu não vou ser candidato a senador e nem a governador, que o senador Delcídio que deve ser o nosso candidato. Mas eu não entro nesta polêmica. Parece uma coisa de criança, muito próprio do André. O André tem um jeitão de bobo, ou se faz de bobo né. Arrogante, autoritário, tipo Mussolini, estas coisas que não respeitam a individualidade. A disputa aconteceu e ele sabe, mas do que ninguém, André Puccinelli sabe que no jogo igual não me ganha. Não me ganhou em 1996 e não me ganhou em 2010. No jogo igual. Sem os esquemas, sem a grana que bota para coagir, para comprar as pessoas. Vamos fazer um jogo igualzinho, nas mesmas condições. Não tenho medo de disputar com nenhum deles.

Capital News: O que mudou do primeiro para o segundo confronto entre os senhores? No primeiro o senhor ainda não tinha o mandato como governador? Neste segundo já tinha oito anos como governador? Foi diferente?

Zeca do PT: O André é a mesma figura de sempre. Não se modifica, é o mesmo truculento, um autoritário que acha que pode tudo e que ninguém pode nada. Eu sempre digo assim: eu não sou médico, apesar que sonhei muito tempo e não pude, por falta de condições, estudar medicina. Mas, tenho absoluta convicção que o André é psicopata. O psicopata não é o cara só que mata. É o cara que quer impor na marra as suas idéias. Que é capaz de qualquer coisa para fazer prevalecer o que acha. Que é capaz de... tem um livro “Cuidado, o inimigo pode morar ao lado”, que trata do problema da psicopatia. Segundo esta especialista que escreveu o livro, algo como 5% do povo do mundo tem distúrbios como psicopata. Acho que nós temos ao lado um psicopata.

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Capital News: Se o senhor concorresse hoje novamente ao governo, o que faria de diferente, após a experiência de oito anos como governador? 

Zeca do PT:  A gente erra e é da natureza humana errar. O que tem que ter em primeiro lugar é humildade para admitir que erre. Poucos tem esta humildade de admitir que erra. Em segundo, a partir daí, usar das experiências com os acertos e equívocos para você tentar melhorar cada vez mais. Eu acho que aos 60 anos, praticamente 62, se Deus e o povo me dessem esta oportunidade, seria uma administração mais tranquila, serena, madura, respeitosa. Avaliando tudo aquilo que a gente já fez ao longo desta história, poderia fazer uma gestão voltada para tentar humanizar Campo Grande. Para diminuir as desigualdades de Campo Grande. É uma cidade absurdamente desigual. Se trata com enorme carinho o Centro de Campo Grande, como um cartão postal, e se abandona os bairros mais distantes, a mercê da própria sorte. Acho que está na hora de Campo Grande ter sub-prefeituras, de medir certinho, mapear quatro ou cinco sub-prefeituras para cuidar de cada região da cidade. Está na hora de fazer um grande debate, com os trabalhadores e empresários, para ver de que forma nós podemos modernizar o transporte coletivo. Seria a hora de destacar os recursos e pelas informações deles o que não falta é recursos, para fazer de fato uma política pública de qualidade. Como que uma cidade chega a um milhão de pessoas sem um Pronto Socorro Municipal. É desprezar a saúde pública. Acho que esta experiência toda pode nos levar a fazer uma coisa diferente para Campo Grande.

Capital News: Hoje, o PMDB e o PT nacionalmente se coligaram. Aqui existe esta possibilidade?

Zeca do PT: Para mim não. Mas, evidentemente, não sou eu quem decido. Na minha cabeça não. Na hora que o PT decidir se coligar com o PMDB é jogar na lata de lixo toda a sua história no Mato Grosso do Sul. Aí eu acho que é hora de parar e me aposentar. Não admito isso, sinceramente.

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Capital News: Se o senhor não fosse o candidato do partido a prefeitura, quais seriam os nomes que o senhor destacaria dentro do PT?

Zeca do PT: Isso é importante que se pergunte, inteligente. Acho que o PT tem outras grandes alternativas. Acho que o nome do Vander é uma grande alternativa. Pedro Kemp é grande alternativa. Aliança com o PDT. Já imaginou uma chapa Dagoberto e Gilda? Acho que uma chapa Dagoberto e Alcídes Bernal. Olha que bela alternativa. Pedro Kemp e Alcídes Bernal. Olha outra bela chapa. Vander e Alcídes, Vander e Pedro Kemp. Enfim, acho que nós temos hoje, graças a Deus, um leque de alternativas para construir uma chapa competitiva. Evidentemente que em um momento oportuno. E a partir de agora começa. O PT vai ter que discutir isso. Eu tenho dito para o PT. Não é só a questão da chapa majoritária, é muito importante que se tenha um chapa majoritária competitiva na prefeitura, mas é muito importante mais duas coisas: Uma aliança forte que nos de musculatura para disputa, aliança política chamada coligação, e segundo, além do prefeito e do vice de boa qualidade, chapa de vereador. Nas reuniões tenho dito para cuidar com carinho, que isso merece. É muito provável que o Congresso Nacional acabe aprovando na reforma política, o fim das coligações nas proporcionais. Aí cada partido vai ter que ter chapa forte. O PT pode fazer uma chapa forte se começar a tomar cuidado com isso agora. Em setembro acaba o prazo de filiação. Até lá tem que ter um conjunto de lideranças da juventude, mulheres, movimento sindical, movimento popular comunitário, empresários, comércio... um conjunto de lideranças para fazer uma chapa de qualidade. Acho que o PT, se tomar cuidado com estas três coisas, fazer a melhor chapa, sem arrogância, com humildade, discutindo, inclusive aberto com a coligação e aliados... Cuidar de uma boa aliança e cuidar da chapa ou das chapas. Tem tudo para ganhar estas eleições.

Capital News: O senhor tem acompanhado as indicações para cargos federais em Campo Grande?

Zeca do PT: Não sei como está, mas é essencial que se façam as mudanças. O PMDB no Mato Grosso do Sul não fez a campanha para a Dilma. É preciso que tenha claro isso na cabeça. O cidadão que está hoje na Funasa, o tal de Brito [Flávio Britto] é um homem contra o PT. Eu falei isso para o Pallocci e para a Dilma. Ele usou a estrutura da Funasa para fazer campanha para o Serra e André, para comprar voto. Todo mundo sabe. Tem que trocar. Se não trocar vai ser uma injustiça. Aqueles que fizeram a campanha da Dilma, não só do PT, do PV, PDT, que já foi agraciado inclusive com a DRT [Superintendência Regional do Trabalho]. Tem que trocar. Não trocar é bater na cara da militância do PT e de seus aliados e, principalmente, não trocar é um enorme desprestígio para os dois deputados federais e para os dois senadores. Tem que trocar. Não estou reivindicando absolutamente nada para mim. Estou falando do ponto de vista político. Tem que trocar.

Capital News: Para fechar eu queria saber sobre a oposição. Como o senhor avalia a oposição que o PT faz hoje ao governo?

Zeca do PT: Fragilizada. Eu estava olhando a denúncia contra o Giroto [deputado federal Edson Giroto]. Um horror, com fotografias. Estrada levantada, dizem que pronta para ser asfaltada na fazenda do Giroto. Ponte de concreto. É uma fotografia que mostra isso. Estou falando isso a partir do que eu li. Cadê o Ministério Público? Que a qualquer coisinha fazia investigações, as mais absurdas contra o meu governo e contra mim, particularmente. Cadê o Ministério Público? Cadê a oposição na Assembleia? Posso estar enganado. Mas, gostaria de ver, saber concretamente que o Ministério Público está investigando. É séria a denúncia. Este é o papel do Ministério Público, e não acreditar em cartinhas anônimas, escritas em papel higiênico. Será que o Ministério Público abriu investigação? Cadê a bancada de oposição para fazer um pronunciamento. Para pedir uma investigação. Cadê? Está aí a denúncia recente envolvendo as casas. Não tenho nada a ver com a vida pessoal do Osmar Jerônimo, a respeito da troca de casas por outras coisas, a denúncia envolve o Osmar Jerônimo, a Agehab [Agência Estadual de Habitação], o gabinete de vereadores do tal do Vanderlei Cabeludo. Cadê o Ministério Público? Será que abriu investigação? Cadê a bancada, os vereadores, os deputados? Te confesso que eu chego a me envergonhar. Te confesso. Até porque tive um papel, querendo ou não na eleição dos sete deputados. Fico entristecido. Não é assim que se constrói a democracia.

Capital News: O senhor enfrentou uma oposição diferente?

Zeca do PT: Ah sim, dura. E quando fui deputado também era muito duro, muito crítico, tanto com o governo do Wilson quanto do Pedro.

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Por Wendell Reis - Capital News (www.capitalnews.com.br)

 

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luiz 02/07/2011

Que falatório, hein? Me desculpem os petistas, mas esse velhote já era. Dizer que Campo Grande vai mal, que o MS vai mal, é desculpa esfarrapada. Quando foi governador não fez absolutamente nada para a saúde, a educação, e sim fez assistencialismo aos cumpanhêros . Concordo com ele quando diz que a juventude quer renovação. Sim, ela ta mostrando isso a cada eleição quando diz nas urnas: Fora PT . Da nojo ler o Zeca afirmar que Campo Grande é movida a dinheiro federal. Esse dinheiro é nosso moço. Pra finalizar, PT, monte o time que quiser, com Dagoberto, Bernal, Gilda...vai levar taca do mesmo jeito.

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fioravante miguel 29/05/2011

se for vontade do PT ? ate ai tudo bem, o problema e a vontade do povo, que depois do mandato do sr zeca, nunca mais quer esse senhor de volta.

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juari 27/05/2011

Por que nao fez quando teve a chance? E facil na teoria fazer todas essas promessas.

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Carlos Eduardo 22/05/2011

Parabéns pela entrevista. Estava faltando um pouco disso nos veiculos de comunicação de Campo Grande: mostrar a opinião de políticos como o Zeca. Parar um pouco com essa \ babação de ovo\ que deputados e vereadores se obrigam a ter pelo André. Política se constroe com a adversidade e a diversidade, não com a submissão q atualmente impera em CG. Parabéns Capital News e continuem mostrando os diversos pontos de vista.

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rumildo melgarejo 19/05/2011

Parabens. ZECA. Execelente entrevista.

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pedro lima 19/05/2011

Boa entrevista!!! parabens ZECA!!! ZECA DE NOVO, ZECA DO POVO!!! meu Prefeito!!!

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6 comentários

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