O pecuarista e empresário, Francisco Maia, conhecido como Chico Maia, assumiu a presidência da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) no final do mês de maio, que foi presidida pelos últimos dez anos por Laucídio Coelho.
Para saber quais são os projetos e quais mudanças devem ocorrer com a entrada dessa nova diretoria, o Capital News entrevistou o novo presidente. Confira abaixo:
Capital News: O senhor pretende realizar quatro exposições ao ano. Você acredita que Campo Grande tem público o suficiente para esse aumento e quais serão os diferenciais programados para os eventos em 2010?
Chico Maia: Campo Grande é uma Capital que responde positivamente à todas as iniciativas. A base da nossa agricultura é o agronegócio. Uma feira só é insuficiente para você divulga e promover todos os segmentos do agronegócios, que são várias. Nós temos a pecuária de corte, a pecuária e leite, feira de pequenos animais, temos os eqüinos. Na parte da diversificação das riquezas, nós temos a agricultura. Hoje existe um potencial crescente no segmento de madeira, de florestas e eucalipto. Aqui é um espaço para promover todas essas riquezas.
O objetivo é fortalecer a Expogrande, tentar internacionalizar mais ela, com a presença maciça de produtores paraguaios, argentinos, bolivianos, venezuelano e colombiano. Pela nossa posição de Mercosul, a gente fazer uma feira forte. Claro que o forte da Expogrande é sempre o gado de corte. A primeira exposição seria a tradicional da Acrissul. Nós podemos no primeiro semestre ainda, fazer uma feira como se fosse a semana do cavalo, com esportes, rodeios, clube do laço. Então nós temos como promover uma grande feira voltada ao cavalo, que é um segmento muito forte e gera muita riqueza. Aquece o mercado o cavalo, pois é um esporte muito praticado. O cavalo é uma paixão, então quando se faz esse tipo de feira é tão forte ou mais do que as feiras de boi.
No segundo semestre, no mês de outubro, durante a semana da divisão do Estado, a pretensão é fazer uma Expo-MS, para divulgar todas as nossas riquezas, agricultura, como maciço florestal, pecuária de leite, pecuária de corte. E fechando o calendário do ano, nós temos a esperança de trazer e volta para o Parque a Expoinel, que é uma feira muito forte, bem organizada e que não tem sentindo não voltar para sua casa.
Capital News: Como sua experiência no ramo de comunicação pode te auxiliar na direção da Acrissul?
Chico Maia: As pessoas têm que ter duas coisas fundamentais, criatividade e credibilidade. As minhas experiências de vida contribuem, para minha formação que certamente agora vou usar toda a criatividade, credibilidade, acima de tudo a vontade da nossa diretoria para contribuir com o agronegócio. Eu acredito que uma visão mais destravada, mais aberta, sem preconceitos, ouvindo todos os segmentos da sociedade pode ajudar.
Capital News: Qual a responsabilidade de substituir Laucídio Coelho, que esteve a frente da Acrissul nos últimos dos dez anos?
Chico Maia: Laucídio Coelho é um homem que tem uma importância muito forte na história da Acrissul. Ele sempre foi um líder que defendeu com muita convicção os posicionamentos da categoria, dando sua contribuição para a Acrissul e para o agronegócio. Só que na vida existe tempo para plantar, para colher e semear. Agora chega o tempo de uma nova diretoria, que vamos seguir tudo o que ele fez de bom aqui dentro e vamos procurar dar nossa contribuição a partir da nossa visão de mundo.
Capital News: Como a Acrissul pode contribuir para arrumar saídas diante a crise que atingiu os frigoríficos do Estado e até mesmo as estiagens que afetaram as produções?
Chico Maia: Hoje a questão que nos preocupa mais é a falta do capital de giro. Um grande fechou as portas, nós não sabemos qual vai ser o próximo ou se vai ter um próximo. Nós temos que mudar a nossa relação com a indústria da carne. Os produtores rurais e a industria da cerne tem que ter uma relação mais aberta. Nós não podemos conviver como bandido e mocinho. Nós como vitimas, que fomos sacaneados ao longo desses anos com essa quebradeira, levando “cano” dos frigoríficos e o produtor pagando a conta. Nossa relação tem que ser mais profissional, sentar na mesma com os diretores dos frigoríficos e estreitar a relação entre produtores e os frigoríficos.
Capital News: O que já foi feito no seu mandato?
Chico Maia: Uma conquista essa semana foi fazer com que o governo revogasse uma norma, que estava cobrando ICMS de gado puro, mas foi uma norma que faltava uma conversa. Nós fomos lá conversa coma superintendência da receita e então os bois e animal controlados até 24 meses continuarão a isenção.
Capital News: Como deve funcionar o projeto de transformar o Parque em um shopping rural?
Chico Maia: Nós tivemos uma reunião com a reitora da UFMS, Célia Maria, onde propusemos a ela que o Parque seja um espaço de trabalho da universidade, um lugar de extensão para os acadêmicos. Teremos mais reuniões para tornarmos o parque no primeiro a ter sustentabilidade na forma ampla, na relação do homem com meio ambiente, econômica e social. Eles devem fazer um plano diretor, para determinar a utilização de cada espaço. Todas as áreas acadêmicas, como o da biologia, veterinária, agronomia, zootecnia e assim por diante, estarão desenvolvendo um trabalho integrado com a Acrissul, onde os acadêmicos dessas áreas também poderão estar estagiando aqui mesmo no Parque.