O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, na última quarta-feira (17), manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano. Essa foi a segunda reunião consecutiva sem alteração na taxa, reflexo de um cenário ainda incerto, tanto no Brasil quanto no exterior. Segundo o Banco Central, “a decisão considera o ambiente econômico adverso, influenciado pelas políticas fiscais e comerciais dos Estados Unidos”.
A Selic permanece válida pelos próximos 45 dias, até que o Copom volte a se reunir. Essa foi a sexta reunião do ano, e as atas com os detalhes da deliberação devem ser publicadas em até quatro dias úteis. A Selic é o principal instrumento do Banco Central para atingir a meta de inflação — e sua estabilidade pode sinalizar uma estratégia cautelosa diante de riscos inflacionários e fiscais.
A manutenção da taxa indica que o Copom continua atento à atividade econômica, à inflação, às contas públicas e às pressões externas. “O comitê avalia continuamente os principais riscos para o cenário macroeconômico”, informou o BC. Na última reunião, realizada em julho, o ciclo de altas já havia sido interrompido.
Embora sirva de referência para os juros praticados pelos bancos, a Selic não é o único fator considerado. As instituições financeiras também analisam o risco de inadimplência, os custos operacionais e a margem de lucro. Com juros altos, o crédito tende a ficar mais caro, o que reduz o consumo e pode frear a economia. Por outro lado, cortes na Selic estimulam a atividade, mas exigem maior controle da inflação.