Depois de um 2025 histórico para o campo, o agronegócio de Mato Grosso do Sul se prepara para um ciclo mais desafiador. O primeiro levantamento do IBGE aponta que a produção de grãos, cereais e leguminosas no Estado deve recuar 12,2% em relação à safra recorde anterior. A queda acompanha a tendência nacional, já que o Brasil deve colher 332,7 milhões de toneladas, volume 3,7% menor do que em 2025 — o maior já registrado.
O principal fator para a retração é o La Niña, fenômeno climático que promete alterar o regime de chuvas no país. “Em 2025 tivemos um clima excepcional, com recordes em praticamente todas as culturas. Para 2026, o cenário é diferente. O La Niña tende a interferir na produtividade, especialmente na segunda safra do milho”, explicou Carlos Alfredo Guedes, gerente de Agricultura do IBGE. O milho deve sofrer a maior queda, com redução estimada de 9,3% na produção nacional.
Apesar da retração geral, a soja segue como destaque positivo. A oleaginosa deve alcançar 167,7 milhões de toneladas, novo recorde nacional, impulsionada por ganhos de produtividade e leve expansão da área plantada. “A soja continua sendo o carro-chefe do agro brasileiro e deve compensar parte das perdas nas outras lavouras”, ressaltou Guedes. Em Mato Grosso do Sul, o desempenho da soja deve ajudar a sustentar o setor, mesmo com a previsão de queda nas produções de arroz, feijão, algodão e trigo.
Com o início do plantio da safra de verão, o comportamento do clima nos próximos meses será decisivo para confirmar — ou reverter — as projeções. A incerteza quanto à janela ideal do milho safrinha e o receio de chuvas irregulares já refletem em uma redução de 1,1% na área plantada no Estado. A expectativa é que 2026 marque um período de ajuste e resiliência para os produtores, após o recorde histórico do ano anterior.
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