Os preços do milho seguem em trajetória de queda no Brasil, conforme apontam levantamentos recentes do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). O movimento de desvalorização, iniciado em meados de abril, ganhou força com o avanço da colheita da segunda safra e a limitação na capacidade de armazenagem.
Segundo o Cepea, compradores seguem retraídos, apostando em novas quedas nos preços com base na perspectiva de aumento da oferta. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) projeta uma produção de 99,8 milhões de toneladas nesta safra, o que representa um crescimento de 11% em relação ao ciclo anterior.
Outro fator que tem pressionado as cotações domésticas é a desvalorização do dólar e dos preços internacionais do cereal, o que reduziu a paridade de exportação. "As recentes quedas do dólar e dos preços externos reforçam a pressão sobre as cotações domésticas", explicam os pesquisadores do Cepea.
No mercado externo, o desempenho das exportações brasileiras de milho também foi fraco em maio. O volume embarcado foi de apenas 39,92 mil toneladas, número muito inferior às 413 mil toneladas registradas no mesmo mês de 2024, conforme dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) analisados pelo Cepea.