O boletim da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), divulgado na terça-feira (26), aponta que Mato Grosso do Sul deve colher 75,76 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2025/2026, o equivalente a 11,3% da produção brasileira. O Estado permanece entre os principais produtores do país, com 1,5 milhão de hectares dedicados à cultura.
Apesar do desempenho, a Conab alerta que geadas em junho e incêndios em algumas áreas trouxeram perdas pontuais.
No cenário nacional, a estimativa é de uma produção de 668,8 milhões de toneladas, queda de 1,2% em relação à safra anterior. O recuo foi provocado, principalmente, por condições climáticas desfavoráveis no Centro-Sul, que afetaram o desenvolvimento das lavouras e o volume total colhido.
Mesmo com a diminuição, houve aumento de 1% na área plantada, que chegou a 8,85 milhões de hectares. A produtividade, porém, caiu 2,1%, com média de 75.575 kg/ha. De acordo com a Conab, o clima mais seco reduziu a biomassa das plantas e limitou o acúmulo de sacarose.
O relatório também prevê impacto na produção de açúcar e etanol. Ainda assim, a fabricação de açúcar deve ser a segunda maior da série histórica da Conab, mantendo o Brasil como um dos maiores exportadores do mundo. A safra é considerada atípica, já que a produtividade e o ATR (açúcares totais recuperáveis) apresentaram queda em algumas áreas devido à restrição hídrica e às altas temperaturas.
Apesar dos desafios, o setor sucroenergético mantém perspectivas positivas. O processamento de etanol de cereais segue em expansão, com oferta de matéria-prima garantida até janeiro de 2026. Segundo a Conab, a indústria tem demonstrado resiliência e competitividade, mesmo diante das oscilações do mercado.
