O avanço do setor de celulose em Mato Grosso do Sul está valorizando as terras destinadas ao plantio de eucalipto. Com o arrendamento, o produtor rural pode receber até R$ 1.600 por hectare ao ano, valor que se aproxima do rendimento com soja, mas com exigência menor quanto à fertilidade do solo. Enquanto isso, terras férteis para a soja podem custar até R$ 125 mil por hectare, já as destinadas ao eucalipto variam entre R$ 25 mil e R$ 35 mil.
De acordo com especialistas do setor, empresas como Suzano e Bracell firmam contratos de arrendamento por períodos de sete anos, renováveis por mais sete, com valores que variam conforme a localização e a logística da propriedade. Nas regiões de Ribas do Rio Pardo e Água Clara, por exemplo, o preço das terras teve forte valorização nos últimos anos, impulsionado pelos novos empreendimentos industriais.
O produtor Francisco Maia, um dos primeiros a apostar na silvicultura em MS, destacou a vantagem de poder adiar a venda do eucalipto até que o mercado ofereça um preço mais atrativo, o que não acontece com culturas como soja ou gado. Já para o diretor da Reflore-MS, Dito Mário, a rentabilidade depende de diversos fatores, como a proximidade com as fábricas, qualidade do solo e área disponível.
Atualmente, o Estado conta com três fábricas de celulose e pode chegar a seis nos próximos anos. Entre os novos investimentos está a fábrica da Arauco, em Inocência, com aporte de US$ 4,6 bilhões, e o projeto da Bracell em Bataguassu, com R$ 16 bilhões em investimento. Para o produtor rural, o cenário é promissor e oferece alternativas rentáveis além das culturas tradicionais.