O biometano, combustível renovável que emite até oito vezes menos gás carbônico que o óleo diesel, foi o destaque de um encontro realizado nesta quarta-feira (24) na sede da Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande. O evento reuniu autoridades, lideranças do setor energético e representantes da indústria e da academia para debater os caminhos que consolidam o Estado como referência em energia limpa.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, o biometano está no centro da estratégia estadual de descarbonização. “Esta pauta é prioritária do Governo de MS, que tem entre seus pilares a transição energética. Estamos comprometidos em oferecer incentivos e financiamentos verdes para atrair investimentos no setor”, afirmou.
Entre os projetos em andamento, a Adecoagro, em Ivinhema, já produz 6 mil m³ de biometano por dia a partir da vinhaça da cana e deve ampliar a capacidade para 35 mil m³ até 2027, com investimento de R$ 225 milhões. Já a Atvos anunciou a construção de uma planta em Nova Alvorada do Sul, orçada em R$ 360 milhões.
O presidente da Biosul, Amaury Pekelman, reforçou a vocação do Estado: “MS é hoje referência nacional em energia limpa e renovável. O biogás e o biometano se consolidam como novas fronteiras desse avanço, garantindo segurança energética, competitividade e redução de emissões. É o combustível do futuro, já presente em nosso Estado”.
O encontro também contou com a presença do ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto, do CEO da ZEG Biogás Rodrigo Nogueira, além de representantes da MSGÁS, FIEMS, UEMS, UFMS, Senai, AGE-MS e parceiros estratégicos.
Além do setor sucroenergético, o agronegócio, especialmente nas cadeias de proteína animal e suínos, foi apontado como outro vetor para expansão do biometano no Estado. A reunião destacou ainda a necessidade de avanços em infraestrutura, pesquisa e tecnologia, com participação ativa das universidades.
Segundo dados apresentados, o setor sucroenergético responde por mais de 16% da matriz renovável brasileira, superando até as hidrelétricas (12%). Com 22 usinas, Mato Grosso do Sul já desponta como um dos maiores produtores de biometano do país, alinhado à meta de se tornar Estado Carbono Neutro até 2030.