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Cotidiano Quinta-feira, 21 de Agosto de 2014, 10:22 - A | A

Quinta-feira, 21 de Agosto de 2014, 10h:22 - A | A

TelexFree irá devolver R$ 250 milhões aos participantes

Luciana Recio - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Na última terça-feira (19), em vídeo publicado no Youtube, a empresa Ympactus Comercial, que representa a TelexFree no Brasil, anunciou que irá devolver R$ 250 milhões aos participantes da rede.

No vídeo, um dos sócios da Ympactus, Carlos Costa, afirmou ter concluído o chamado “mutirão da devolução”. A ação começou em maio deste ano com o objetivo de arrecadar fundos para “pagar os divulgadores que não tiveram tempo de recuperar o dinheiro”. Na época, Carlos não deu detalhes sobre a operação e nem de qual valor deverá ser devolvido, mas explicou que o mutirão estava sendo feito pela companhia no Brasil desde dezembro de 2013.

Durante a entrevista, sem especificar a origem, Costa cita um patrimônio de R$ 600 milhões. "Vamos devolver o dinheiro dos divulgadores e vamos continuar. Afinal de contas, têm R$ 600 e tantos milhões, tirando R$ 250 milhões. Ainda tem lá uma beirada pra gente brigar. E vamos brigar até o final", disse.

Embora tenha citado o patrimônio de R$ 600 milhões, uma reportagem da revista Veja publicada no último domingo (17) alega que o patrimônio bloqueado da Ympactus é de R$ 152 milhões, valor que não é suficiente nem sequer para pagar as dívidas tributárias da empresa.

A companhia TelexFree vêem atuando no Brasil desde março de 2012 fornecendo serviços de Voip (Voz sobre IP) de maneira semelhante a outros programas conhecidos como o Skype. No entanto, a empresa está proibida de atuar no país, desde julho do ano passado, sobre acusação de indícios de formação de pirâmide financeira.

O projeto de pirâmide financeira é uma modalidade considerada ilegal sendo vantajosa apenas quando atrai novos investidores. Como o próprio nome sugere, uma ou mais pessoas aparecem no topo que fazem o esquema crescer de maneira progressiva para baixo, com mais e mais pessoas sendo adicionadas à base. Assim que os aplicadores param de entrar, o esquema não tem como cobrir os retornos prometidos e entra em colapso. Nesse tipo de golpe, são comuns as promessas de retorno expressivo em pouco tempo, mas apenas as pessoas com muitos contatos, além do próprio proprietário, teriam a capacidade de lucrar.

Em junho de 2013, o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) instaurou processo administrativo contra a entidade, que teve seus bens congelados nos Estados Unidos.
A empresa oferecia dois tipos de contratos para divulgadores: um com ganho líquido de US$ 2.295,80 e outro com lucro de US$ 11.599,00. Além disso, o anunciante recebe US$ 20 a cada novo divulgador que conquistar para o primeiro plano e US$ 100 para o segundo.

De acordo com o relatório da denúncia mais de um milhão de pessoas teriam sido vítimas do golpe no Brasil. Sendo que apenas 1% do faturamento da empresa veio de seus serviços, enquanto que os outros 99% vieram de novas pessoas que entravam no esquema. A companhia nega qualquer irregularidade em suas operações.


 

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