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Cotidiano Quinta-feira, 02 de Julho de 2015, 11:32 - A | A

Quinta-feira, 02 de Julho de 2015, 11h:32 - A | A

Falta de estrutura

Sindicato constata abandono e sucateamento de Instituto de Medicina e Odontologia Legal

Câmara Fria usada para preservação dos corpos no Imol funciona precariamente, além de equipamentos enferrujados e instalações elétricas inadequadas

Elizângela Lemes
Capital News

Divulgação/Sinpol

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O Sinpol visitou o Imol e constatou as condições problemáticas do prédio em Campo Grande.

O Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol/MS), visitou o Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) e constatou as condições problemáticas do prédio em Campo Grande. Segundo o Sinpol, o local não possui ventilação adequada, os equipamentos estão sucateados e ultrapassados e a Câmara Fria, usada para preservação dos corpos que passarão por perícia ou aguardam liberação, está funcionando precariamente.

Divulgação/Sinpol

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Câmara Fria usada para preservação dos corpos no Imol funciona precariamente


Na sala de necropsia os equipamentos estão enferrujados, as instalações elétricas são inadequadas e as ferramentas insuficientes. O Sinpol detectou falta de autoclave para desinfecção dos utensílios, não há jaleco impermeável e luvas adequadas. De acordo com o diretor jurídico do Sinpol, Giancarlo Miranda, o prédio está numa situação tão precária que já foi notificado pela Vigilância Sanitária. “Há o risco permanente dos servidores contraírem doenças”, explicou Miranda.

Divulgação/Sinpol

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Sinpol detectou falta de autoclave para desinfecção dos utensílios, não há jaleco impermeável e luvas adequadas.


No Imol e em toda a Coordenadoria Geral de Perícias há insuficiência de efetivo para atender a grande demanda da Capital e das cidades próximas.  As escalas de trabalho ultrapassam a carga horária estipulada em lei. Miranda lembra que em novembro de 2014, houve até um caso de troca de corpos na mesma unidade em razão do déficit de estrutura.


Na tarde desta terça-feira (30), os diretores do Sinpol-MS, Giancarlo Miranda e Amaury Pontes, reuniram-se com o coordenador-geral de perícias, José Bento Corrêa, com o intuito de apontar as irregularidades e pedir providências. “Preparamos um relatório sobre as condições do prédio que foi apresentado ao coordenador e que também será enviado à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública e ao governo estadual. Esperamos que a situação, que já se arrasta há muito tempo, seja resolvida para que os servidores tenham um local adequado para realizar suas tarefas e a sociedade tenha uma resposta mais rápida do trabalho pericial”, afirmou Miranda.

Divulgação/Sinpol

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Na sala de necropsia, os equipamentos estão enferrujados e instalações elétricas inadequadas.


Conforme o Coordenador, o prédio não comporta a grande demanda, apesar de ter passado por reforma no ano de 2009. “O IMOL está abandonado há anos e é reflexo do descaso das administrações anteriores”, explicou Corrêa. A falta de agentes de polícia científica em todo o Estado também é outro problema apontado pelo Sinpol. Há mais de 10 anos não é realizado concurso para o cargo que está praticamente em extinção, sendo que muitos servidores estão em desvio de função. “É preciso realizar um concurso imediatamente para suprir a falta de profissionais nesta área ou que seja alterada a Lei Orgânica da Polícia Civil para o reaproveitamento desses servidores em outras funções dentro da Instituição”, declarou Miranda.


De acordo com o Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Sílvio César Maluf está prevista a construção de outros prédios para solucionar o problema de sucateamento e falta de estrutura do Imol, bem como uma reestrutura na Polícia Civil.

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