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Geral Terça-feira, 27 de Junho de 2023, 15:39 - A | A

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Mão de obra prisional

Reeducandos da Gameleira II estão atuando na produção de chapéus

Semanalmente são produzidos 500 unidades, em média

Layane Costa
Capital News

Reeducandos da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira II, em Campo Grande, estão tendo uma nova oportunidade de deixar a ociosidade para aprimorar as habilidades profissionais. Uma oficina de produção de chapéus, artigos de selaria e artefatos em couro foi instalada na unidade.

A iniciativa é uma parceria da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e a empresa Karandá. A oficina da Gameleira II produz semanalmente, cerca de 500 chapéus de palha e couro, feitos por quatro internos.

Além da remição de um dia na pena a cada três dias trabalhados, o trabalho remunerado representa uma oportunidade a mais de ressocialização.

“É muito importante, pois me ajuda muito a distrair a cabeça e me incentiva a sair daqui uma nova pessoa. Com a remuneração também consigo ajudar meus filhos lá fora”, é o que revela o interno, que realizou a prova do Enem, PPL, no presídio e sonha em cursar Engenharia Ambiental e Sanitária.

O trabalho consiste na separação e limpeza dos materiais, colocação de forro, aba, costura e colagem de couro. A produção é dedicada na montagem e acabamento de chapéus, mas também na confecção de outros artesanatos, como sacolas em tecidos.

No Centro de Triagem, em Campo Grande, onde o trabalho é desenvolvido desde  2016, a oficina representou um marco para o local, sendo a primeira oficina instituída por meio de parceria com empresas. Na unidade são confeccionados copos, canecas, guampas e cantis, dentre outros materiais, com mão de obra de 15 reeducandos.

Mais de 38% de toda a população carcerária do Estado realiza ocupação produtiva por meio do oferecimento de parcerias firmadas. Os convênios são coordenados pela Diretoria de Assistência Penitenciária, por meio da Divisão de Trabalho Prisional.

Segundo o diretor-presidente da Agepen, Rodrigo Rossi Maiorchini, são 216 parcerias com empresas privadas e instituições públicas que proporcionam ocupação produtiva a mais de 6,5 mil homens e mulheres em cumprimento de pena.

“O trabalho tem representado uma importante ferramenta de transformação de comportamentos e de pensamentos, gerando novos valores de vida e mais dignidade para quem passa pelo sistema de justiça criminal do estado”, afirma o dirigente.

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