O governo confirmou para julho do próximo ano o leilão da ferrovia Malha Oeste, com edital previsto para abril. A expectativa é recuperar um trecho hoje praticamente parado e atender a uma forte demanda reprimida por transporte de cargas. Segundo o Ministério dos Transportes, a nova concessão deverá garantir eficiência logística e conexão com outras ferrovias e portos do Sudeste.
A futura concessionária terá de investir R$ 89,2 bilhões ao longo de 57 anos, incluindo R$ 35,7 bilhões em obras e modernização e R$ 53,5 bilhões para manter a operação. O financiamento poderá chegar a 80% dos investimentos por meio do BNDES. A ferrovia, com 1.593 km entre Corumbá e Mairinque, terá bitola métrica até Campo Grande e bitola larga até São Paulo.
O ministro Renan Filho afirmou que a nova política de outorgas representa um avanço para o setor, destacando que “é uma política nacional inédita, alinhada às práticas mais modernas”. Já o secretário Leonardo Ribeiro reforçou o impacto econômico das ferrovias, afirmando que “a ferrovia reduz custo marginal, barateia frete e integra cadeias de produção”.
A Malha Oeste já foi estratégica para Mato Grosso do Sul, mas sofreu abandono após a devolução pela antiga concessionária. Trilhos sucateados, estações fechadas e redução drástica no transporte marcaram os últimos anos. Mesmo assim, o governo aponta grande potencial para cargas como celulose, grãos, combustíveis e granéis, considerando a rota essencial para a ligação ao Porto de Santos e à Bolívia.
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