Depois de mais de uma década no papel, a ferrovia que ligará a fábrica da Eldorado Brasil Celulose, em Três Lagoas, à Ferronorte, em Aparecida do Taboado, voltou ao centro das atenções. O novo gancho veio com o anúncio do BNDES, que confirmou a liberação de R$ 1,05 bilhão para viabilizar a obra de quase 90 quilômetros, considerada estratégica para o escoamento da produção de celulose.
Segundo o banco, o investimento deve gerar mais de 3 mil empregos diretos e indiretos durante as obras. O apoio financeiro inclui a subscrição de R$ 1 bilhão em debêntures de infraestrutura e mais R$ 50 milhões via linha Finem. Para o BNDES, a estruturação do projeto marca um avanço no mercado de capitais voltado à infraestrutura.
Ao comentar o financiamento, o presidente do banco, Aloizio Mercadante, afirmou que “o projeto vai reduzir custos logísticos e aumentar a competitividade da celulose brasileira”. Ele também destacou o aspecto ambiental, ressaltando que “a ferrovia pode reduzir em 87,3% as emissões de CO₂, evitando cerca de 105 mil toneladas por ano”.
Atualmente, a Eldorado produz cerca de 1,8 milhão de toneladas anuais de celulose, transportadas por caminhões até a ferrovia e depois ao porto de Santos, onde a empresa inaugurou um terminal próprio em 2023. Na ocasião, Joesley Batista declarou que “ligar a fábrica diretamente ao porto sempre foi um sonho desde o início do projeto”.
Apesar das autorizações já concedidas pela ANTT e das licenças para desapropriação de áreas, o valor liberado pelo BNDES não cobre todo o custo estimado da ferrovia. Projetos semelhantes, como o da chilena Arauco, indicam que o investimento total pode se aproximar de R$ 1,9 bilhão, além dos recursos necessários para compra de locomotivas e vagões caso a Eldorado avance no plano de duplicar sua produção.
Divulgação/Eldorado Brasil
Fábrica da Eldorado Brasil em Três Lagoas
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