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Cotidiano Quarta-feira, 24 de Março de 2021, 10:01 - A | A

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Pandemia

Covid-19: Fiocruz orienta “lockdown” de 14 dias em Mato Grosso do Sul

Estado tem maior taxa de ocupação de UTIs do país

Elaine Silva
Capital News

Saul Schramm/Portal do MS

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UTI

Mato Grosso do Sul tem a taxa de ocupação de leitos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinada a covid-19, em 106%, sendo a pior do país. Por conta deste dado apresentado no Boletim Extraordinário da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), nesta terça-feira (24), foi sugerido a adoção do 'lockdown ' por 14 dias.

Divulgação/Fiocruz

Covid-19: Fiocruz orienta lockdown de 14 dias em Mato Grosso do Sul

Dados publicados nesta terça a noite


Segundo a Fiocruz, os pesquisadores alertam que, neste momento de crise, é urgente a adoção rigorosa das medidas de bloqueio da transmissão na quase totalidade dos estados e capitais que se encontram na zona de alerta crítico, bem como nos municípios que integram regiões de saúde onde há altas taxas de ocupação de leitos UTI Covid-19. "A coordenação e integração destas medidas, articuladas entre os diferentes níveis de governo e com ampla participação da sociedade, é vital neste momento. Assim, mesmo que vários municípios e estados já venham adotando estas medidas, é fundamental que governos municipais, estaduais e federal caminhem todos na mesma direção para ampliá-las e fortalecê-las, uma vez que a adoção parcial e isolada nos levará ao prolongamento da crise sanitária", afirmam.

O documento apresenta uma lista de medidas urgentes com o objetivo de conter a crise sanitária e o colapso do sistema de saúde. "Para que essas medidas de bloqueio possam ser bem-sucedidas, elas devem ser adotadas conjuntamente, demandando cerca de 14 dias para que produzam resultados na redução das taxas de transmissão em aproximadamente de 40%, exigindo o monitoramento diário para acompanhar seus impactos na redução de casos, taxas de ocupação de leitos hospitalares e óbitos", destaca o Boletim, que também toma como base para a recomendação a Carta do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e estudos realizados em outros países.

"A continuidade dos cenários em que temos o crescimento de todos os indicadores para Covid-19, como transmissão, casos, óbitos e taxas de ocupação de leitos UTI, resulta em colapso que afeta todo o sistema de saúde no país e no aumento das mortes por desassistência", destacam os cientistas no Boletim. "Trata-se de um cenário que não é só de uma crise sanitária, mas também humanitária, se consideramos todos seus impactos".

O instituto coloca Campo Grande como a 2ª capital do país com maior taxa de ocupação em leitos UTI (106%), atrás apenas de Belo Horizonte (107%). Esses números além de 100% significa que existem pacientes covid internados em leitos não habilitados para a doença.

Ao todo Mato Grosso do Sul  soma 204.096 infectados, 3.895 mortes, 649.233 notificados, 434.505 descartados, 2.103 testes em análise no Lacen , 8.529 casos sem encerramento pelos municípios, 187.283 recuperados,  11.810 pacientes em isolamento domiciliar, 1.108 pacientes internados, desses 634 estão em leitos clínicos (434 públicos e 200 privados) e 474 em leitos de UTI, dos quais 349 estão em leitos públicos e 125 em privados. Em relação a taxa de ocupação de leitos de UTI públicos global nas 4 macrorregiões de MS é de: 110% em Campo Grande, 101% em Dourados, 91% em Três Lagoas e 100% em Corumbá, segundo os dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES), nesta terça.

Reprodução/Facebook

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Governador de MS Reinaldo Azambuja (PSDB)


Atualmente
Estado atualmente está sob o decreto publicado no inicio da tarde desta quarta-feira (10), onde o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), descartou o 'lockdown'. Segundo o tucano, um lockdown que estaria no radar do Centro de Operações de Emergências (COE-MS) foi descartado para atender reivindicações de diversos setores da cadeia produtiva do Estado e dar segurança aos empresários neste momento crítico.

"As medidas definidas nesse decreto foram baseadas na ciência para evitar o colapso dos sistemas de saúde e salvar vidas", explicou Reinaldo.

Medidas

Conforme o decreto publicado o horário do toque de recolher tem validade de 14 dias, ou seja, segue de 14 a 27 de março, quando será reavaliada a situação epidemiológica da Covid-19 em Mato Grosso do Sul. Além das aulas presenciais da Rede Estadual de Ensino estão suspensas, que retornaram nesta quarta-feira (10) de forma remota.

Durante o horário do toque de recolher, somente poderão funcionar os serviços de saúde, transporte, alimentação por meio de delivery, farmácias e drogarias, funerárias, postos de gasolina e indústrias.

 

Aos sábados e domingos, os serviços que não são classificados como de natureza essencial terão regime especial de funcionamento. Só poderão abrir e atender o público entre 5 e 16 horas. Durante os horários e dias de funcionamento das atividades e serviços autorizados, os estabelecimentos deverão funcionar com limite máximo de 50% de sua capacidade instalada, respeitando o distanciamento mínimo de um metro e meio entre as pessoas presentes no local.

Em razão do alto risco de contaminação, fica proibida realização de eventos, reuniões, shows e festividades em clubes, salões e afins em locais onde o espaço físico não permita o respeito às regras de biossegurança.

Para órgãos e entidades públicas estaduais a recomendação é de adoção, de forma excepcional, do teletrabalho, mas caberá ao dirigente máximo das pastas editar ato de regulamentação a aplicação e alcance desse regime.

O decreto suspendeu também as cirurgias eletivas pelos hospitais das redes pública estadual e contratualizada. No entanto, estão permitidas as que já haviam sido agendadas, assim como as cardíacas, oncológicas e aquelas que, mesmo sendo eletivas, possam causar danos permanentes aos pacientes caso não sejam realizadas durante o período de suspensão.

Estão autorizadas ainda, em caráter excepcional e temporário, a instalação de barreiras sanitárias nos aeroportos e pontos de fiscalização nas rodovias de Mato Grosso do Sul. A publicação não impede que os municípios adotem medidas de restrição mais rígidas, de acordo com a situação epidemiológica e as particularidades.  

A fiscalização será realizada pelas polícias civil e militar, Corpo de Bombeiros Militar e, em conjunto ou cooperação, pelas Guardas e Vigilâncias Sanitárias Municipais.

 

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Renilda Figur 25/03/2021

Bancos tb estão fechados pelo decreþo?

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