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Cotidiano Sábado, 09 de Abril de 2011, 10:48 - A | A

Sábado, 09 de Abril de 2011, 10h:48 - A | A

Com velas e lamparinas manifestantes protestam contra aumento de tarifa

Eduardo Penedo - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Um protesto inusitado marcou a manhã deste sábado (9) em Campo Grande contra o aumento da tarifa de energia elétrica em Mato Grosso do Sul. Manifestantes entregaram à população que passava pelo cruzamento da Rua Rio Branco com a 14 de Julho velas e sorteavam lamparinas, além de pediam que aderissem um abaixo assinado para reduzir o valor da tarifa de energia que entrou ontem em vigor no Estado.

Com caixas de som e frases de ordem como “a Enersul quer que volte o tempo da vela e da lamparina” os manifestantes colhiam assinatura para que fossem enviadas para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Desde ontem 815 mil clientes da Empresa Energética de Mato Grosso do Sul (Enersul) estão sentindo os bolsos mais vazios já que o valor da tarifa de energia está mais cara. O aumento foi homologado na terça-feira (5/4) pela Aneel.

O aumento médio é de 17,49%, com diferenciação entre as classes consumidoras. Os de baixa tensão, a grande maioria, já estão pagando, a partir de hoje, 18,57% a mais pela energia consumida. Para os consumidores de alta tensão, o reajuste é de 14,86%%. Essa nova tarifa vale até 7 de abril do ano que vem, quando será definido um novo aumento.

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Dezenas de pessoas pararam para assinar o protesto
Foto: Deurico/Capital News

Segundo o vereador Marcos Alex (PT), que organizou o protesto, o absurdo é ainda mais revoltante se for considerado que a margem de reajuste autorizado pela agência reguladora acaba jogando no lixo o avanço que a sociedade havia conquistado em 2007, após o relatório de uma CPI instaurada pela Assembléia Legislativa concluir que a Enersul havia aplicado, de forma indevida, cálculos que superfaturaram os custos repassados ao consumidor.

Obrigada pela Aneel a ressarcir os consumidores e devolver em cinco anos os R$ 191 milhões cobrados a mais, a Enersul optou por fazer essa devolução por meio de um sistema de compensação no valor das contas. “Agora, os valores que, mesmo indiretamente, vinham sendo devolvidos aos consumidores, voltam corrigidos aos cofres da concessionária. O povo sul-mato-grossense vai pagar a conta mais alta entre os 10 Estados que tiveram autorização para reajustar a tarifa. Recuamos, atrasamos e sofremos um golpe contra o qual toda a sociedade e as forças políticas e representativas do Estado precisam se posicionar com firmeza”, incitou Alex.

Curiosamente será mais barato utilizar lamparinas e velas para iluminar as casas do Estado. Um lamparina de metal custa R$ 4,50, um litro de querosene custa R$ 7,50 e rende até dois meses e um metro de pavio sai por R$ 2. Fazendo a conta vale à pena usar lamparina. Em tempo o valor do maço de velas com oito unidades sai nada mais nada menos que R$ 1,80.

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Lamparinas foram distribuídas como forma de protesto ao alto índice de reajuste
Foto: Deurico/Capital News

MPF

O deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB) que encabeçou a comissão que foi a Brasília para tentar rever o aumento da tarifa disse que vai ao Ministério Público Federal (MPF) para questionar o contrato que define os aumentos anuais da tarifa da Enersul. O Conselho dos Consumidores da Enersul disse também que vai tentar junto à Aneel uma revisão do índice de reajuste.

Questionamento

A Associação Brasileira da Cidadania e do Consumidor do Estado de Mato Grosso do Sul (ABCCOM) enviou carta à ouvidoria geral da Aneel questionando o que considera visível percentual “absolutamente abusivo e contrário à modicidade tarifária, vez que se mostra um percentual notadamente elevado, comparando-o com índices inflacionários usuais, tais como IPCA, que no período do contrato ficou em torno de 5,90% ou mesmo o IGPM, que no mesmo período ficou acumulado em torno de 11,30%”.

O documento pede que seja revisto o índice de reajuste aplicado, ou no caso de permanecer o s valores, pelo menos sejam feitos os devidos esclarecimentos,”em uma linguagem adequada e inteligível para nossa realidade de leigos, acerca da composição dos índices homologados, bem como dos procedimentos adotados pela Agência Reguladora sobre a validação das informações prestadas pela concessionária de energia elétrica do Estado de Mato Grosso do Sul”.


Por Eduardo Penedo - Capital News (www.capitalnews.com.br)

 

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