Nesta terça-feira (30), 25 mil servidores da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (FETEMS), foram para a frente da governadoria onde realizaram um ato em prol ao reajuste salarial que não foi cumprido este ano.
A entidade realizou uma grande paralisação da Rede Estadual de Ensino, que atingiu 97% das 362 escolas estaduais. Professores e administrativos em educação cruzaram os braços por conta da desvalorização da categoria por parte do Governo do Estado.
Além, de pararem as aulas, mais de 5 mil trabalhadores em educação, representando os 73 sindicatos afiliados a FETEMS, estiveram em Campo Grande, no Parque dos Poderes, onde fica localizada a Secretaria de Educação e a Governadoria e realizaram um grande protesto pelo não cumprimento do reajuste de 7,64% do Piso Salarial Nacional dos professores, referente ao mês de janeiro deste ano. O aumento é garantindo por meio da Lei do Piso (Lei n.º 11.738/2008) e pela Lei Complementar Estadual n.º 200/2015. Também cobraram a promessa feita pelo governador, Reinaldo Azambuja (PSDB), feita no ano passado, de incorporar o abono de R$ 200,00 no salário dos administrativos da Educação e apresentar uma política de valorização salarial para a categoria.
Os trabalhadores saíram em marcha até a Secretaria de Educação, onde cobraram as pautas da atual secretária, Maria Cecília Amêndola da Motta. “Nós estamos cansados das políticas de meritocracia da SED, que não respeitam o nosso Plano de Cargos e Carreira e não vemos avançar de fato a garantia da manutenção dos nossos direitos, que visam a construção de uma escola pública de qualidade, capaz de promover um ensino transformador com respeito aos profissionais e aos estudantes”, disse o presidente da FETEMS, Roberto Magno Botareli Cesar.
Após o ato em frente a SED os manifestantes seguiram para a governadoria. “Queremos que o governador nos apresente uma proposta concreta de como irá cumprir as legislações vigentes e suas promessas, pois estamos há meses em processo de negociação, agora estamos acompanhando as denúncias envolvendo isenções fiscais e com certeza nós, servidores públicos, não vamos pagar essa conta”, ressaltou a vice-presidenta da FETEMS, Sueli Veiga.
Quando estavam em frente a governadoria uma comissão da FETEMS foi chamada para uma reunião com os secretários de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Corrêa Riedel e o de Administração e Desburocratização, Carlos Alberto de Assis.
Segundo o presidente da FETEMS, Roberto Botareli, não houve avanço no diálogo. “Mais uma vez o Governo nos mostrou os problemas financeiros que vem enfrentando diante da queda de arrecadação e nos falou das dificuldades diante do cenário da política nacional e não nos apresentou uma proposta sólida sobre as nossas reivindicações, mas ficou de nos encaminhar um documento, portanto definimos que na próxima semana chamaremos um Conselho de Presidentes, com os nossos 73 sindicatos filiados onde debatermos o que vai ser apresentado, após isso nossos SIMTED’s chamarão suas Assembleias Municipais e depois chamaremos a nossa Geral, que define se entramos ou não em greve”, explica.
De acordo com o secretário de finanças da FETEMS, Jaime Teixeira, a mobilização desta terça foi um recado ao Governo de que a categoria está insatisfeita e disposta a lutar pelos seus direitos. “Deixamos claro que não vamos ficar parados diante os desmandos da SED e muito menos com o descumprimento da nossa valorização por parte do Governo, portanto hoje foi apenas um aviso de que a categoria não aguenta mais esperar uma proposta cabível para as suas reivindicações que estão garantidas em Lei. Com certeza nossa luta continua e respeitando as instâncias da nossa entidade vamos definir se convocamos ou não uma Greve”, afirma.
Para finalizar, Wilds Ovando, secretário dos administrativos em educação da FETEMS, disse que nesta quarta-feira (31), a entidade participará de uma reunião com outros sindicatos, referente ao reajuste dos administrativos, que possuem sua data base em maio. “Nossa luta por uma política salarial justa continua e o cenário de retrocessos e de congelamento por parte do Governo poderá provocar uma Greve Geral do funcionalismo público como um todo”, conclui.
A paralisação da Rede Estadual segue o dia todo, como um alerta dos trabalhadores em educação, que devem continuar mobilizados e em reunião constante nos sindicados nas próximas semanas para que o movimento ganhe mais corpo e se organize para o que poderá virar uma possível greve, caso o Governo não avance nas propostas.