ão basta só ser bióloga-chefe no maior aquário de água doce do mundo, tem que eternizar essa paixão na pele e foi justamente isso que Carla Kovalski fez. A profissional tatuou no antebraço o peixe Jacundá, Tobias, que morreu no dia 15 fevereiro devido a idade avançada.
Além de evidenciar o amor a profissão na tattoo, Carla fez isso como homenagem ao animal que partiu aos nove anos. Tobias foi adquirido em 2016, ficou um tempo em quarentena e chegou no Bioparque no ano passado.
A história de Tobias é curiosa e comovente, pois na época em que o Bioparque foi adquirir um grupo de peixes para o complexo, o fornecedor não tinha interesse em vender Tobias devido algumas particularidades que não o tornava comercial, ele tinha olhos grandes e a coluna torta. O fornecedor ofereceu o peixe à equipe que não teve dúvidas em aceitar o pequeno animal.
“Desde quando chegou interagiu muito, vinha comer na mão, a gente chegava próximo do tanque e ele vinha, como se tivesse cumprimentando. Essa interação me fez aproximar mais dele. Eu sempre gostei dos grupos da Crenicichla e o Tobias tinha esse jeitinho de sempre chegar pertinho e eu comecei a alimentar ele, cuidar de perto, fazia questão de participar de todo manejo que o envolvesse”, disse Carla.
Durante todo o tempo de vida no complexo, Tobias teve uma vida muito feliz, viveu num espaço enorme e enriquecido, o tanque América – Amazônia Submersa.
“As pessoas adoravam ele, interagia bastante e isso era um sinal de que estava confortável no recinto. Todos os dias eu passava no tanque, olhava ele, conversava, tinha uma relação além do profissional”, relembrou a bióloga.
Homenagem
Carla sempre quis fazer uma tatuagem de peixe para simbolizar a área profissional da sua vida. Ela já estava com a sessão marcada quando o peixe veio a óbito, apesar da tristeza ela não teve dúvidas de que iria eternizar Tobias na pele.
“Essa tatuagem tem um significado muito grande pra mim, o Tobias marcou a minha vida, eu sofri bastante quando ele partiu, mas me sinto tranquila por ele ter vivido tão bem, ter sido amado em um ambiente com qualidade de vida e bem-estar”.