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Cotidiano Quarta-feira, 11 de Agosto de 2010, 14:28 - A | A

Quarta-feira, 11 de Agosto de 2010, 14h:28 - A | A

Justiça libera cremação do corpo de Neide Motta

Marcelo Eduardo - Capital News

O juiz titular da 2ª Vara do Tribunal do Juri de Campo Grande, Aluízio Pereira dos Santos, acatou conclusão pericial de que a médica Neide Motta Machado cometeu suicídio em novembro de 2009. Sendo assim, autorizou a cremação do corpo, dona da clínica de aborto fechada em Campo Grande em 2007. A decisão foi tomada nessa terça-feira (10).

Conforme a decisão (autos números 001.010.001310-5 e 001.09.074173-1), a irmã de Neide, Glicemia Fonseca Motta, apresentou declaração registrada em cartório pela médica três dias antes da morte, de que queria ser cremada.

Segundo o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS), o documento, com firma reconhecida juntado aos autos, declara que era a sua última vontade com o seguintes dizeres: “Meus restos mortais sejam cremados e as cinzas resultantes sejam deixadas no crematório Vila Alpina, em São Paulo.”

A declaração foi subscrita por testemunhas. De acordo com o juiz, embora se soubesse da intenção de Neide, não era possível realizar a cremação do corpo porque haviam investigações sobre sua morte como, por exemplo, exames periciais e outras diligências. “Com o fim das investigações, afirmando o suicídio, não há mais motivos para impedir a realização de sua última vontade, em respeito aos desejos dos mortos manifestados em vida. Ante o exposto, defiro o pedido de translado e cremação do corpo”, apontou o juiz.
Todos os processos contra Neide foram arquivados.

Caso

A médica Neide Motta Machado foi encontrada morta em 29 de novembro de 2009 dentro de um veículo Cross Fox, na entrada da Chácara Capril Primavera, no Jardim Veraneio, onde, de acordo com testemunhas, comprava leite de cabra regularmente.

Neide vinha sendo investigada desde abril de 2007 após uma reportagem do Jornal da Globo produzida pela TV Morena, onde foi mostrado que em sua clínica eram praticados abortos há mais de 20 anos. A partir da denúncia, o caso começou a ser investigado pela Polícia Civil que, com ordem judicial, entrou na clínica.

Após investigações sob a clínica, a Polícia Civil começou a apurar o caso e passou a ouvir as mulheres envolvidas. Das 9.896 fichas de mulheres que teriam sido submetidas a procedimentos na clínica, na época, o juiz pediu o arquivamento de 8.340, com a exclusão das investigações do crime de aborto por falta de elementos suficientes para oferecer denúncia.(Com colaboração de Jefferson Gonçalves, repórter do Capital News à época)


Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)

 

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