A presidente da Associação dos Travestis de Mato Grosso do Sul (ATMS), Cris Stefany, esteve hoje na Câmara Municipal de Campo Grande, no Dia Internacional de Combate a Homofobia e falou sobre a violência contra lésbicas, gays, bissexuais e transexuais. Cris fez questão de explicar que não é opção e sim orientação sexual, além de separar questões religiosas.
“Não é opção. É orientação sexual. Segundo, com relação à religião, não vamos entrar neste embate religioso. Primeiro porque eu tenho Deus no meu coração e não preciso necessariamente de uma religião específica. Nosso país é laico. E por ser laico, as pessoas têm a liberdade de escolher a religião que melhor lhe representa, por isso, respeitamos todas as religiões. Nós não respeitamos o fundamentalismo religioso” explicou.
A presidente a ATMS informou que dados levantados por meio de reportagens jornalísticas revelaram que atualmente morre uma pessoa vítima de homofobia no país, o que aumentou, pois antes era uma morte a cada dois dias. Apesar disso, ela acredita que não houve aumento da violência e sim da divulgação:
“É o fato da mídia estar tornando público, porque a própria polícia e segurança pública não tem a preocupação de colocar se o sujeito era ou não homossexual, ai fica por conta da mídia dar este enfoque sobre o assunto”, ressaltou. Cris confidenciou que os maiores índices de violência registrados no Estado estão em Dourados e Campo Grande, mas lembra que os números reduziram. Em 2001 acontecia de 10 a 15 mortes por ano e após a criação da ATMS, só foram registradas oito mortes em dez anos.
“Com informação, reivindicação e trabalho. A População ta de parabéns, antes tínhamos uma parada com uma meia dúzia de gatos pingados, a última teve 50 mil pessoas, com senhores, senhoras, famílias, crianças presentes. Isto ajuda a educar” concluiu. O último caso de morte ocorrido em Campo Grande foi em agosto de 2010, quando Sidney Nascimento foi morto com 15 tesouradas em sua residência.