Campo Grande 00:00:00 Domingo, 31 de Agosto de 2025


Tecnologia Domingo, 31 de Agosto de 2025, 15:47 - A | A

Domingo, 31 de Agosto de 2025, 15h:47 - A | A

Coluna Tecnologia

Energia renovável: 48% do setor industrial no Brasil investe em fontes limpas nos processos produtivos

Por Thais Hott

Da coluna Tecnologia
Artigo de responsabilidade do autor

O uso de fontes limpas deixa de ser uma medida pontual e passa a se consolidar como parte central das estratégias de expansão e inserção em mercados cada vez mais exigentes

geogif/iStock

ColunaTecnologia

..

A transição energética encontra-se atualmente no centro dos debates mundiais, sobretudo nas últimas décadas. A partir das mudanças climáticas, do aquecimento global e do uso intensivo da natureza, construir novas formas de consumir energia sem degradar o meio ambiente tornou-se uma pauta urgente e necessária para os países que fazem parte dá Organização Mundial das Nações Unidas (ONU).

Neste debate, o Brasil está se mostrando um elo importantíssimo, dada sua composição territorial, tanto em termos de reservas biológicas e hídricas quanto pela sua dimensão territorial expressiva. Por este motivo, os brasileiros estão cada vez mais valorizando a energia limpa e renovável.

Conforme o Balanço Energético Nacional (BEN), referente a este ano (2025), as residências do país atingiram um índice de renovação de 71,8% em sua matriz energética. Por exemplo, segundo o relatório, as residências representaram 80% do consumo da fonte solar térmica. No setor de comércio, a fonte correspondeu a 17,4% do consumo de energia, ocupando a segunda posição.

Crescimento de energia renovável no setor industrial

A indústria brasileira não fica para trás na caminhada. Na realidade, o setor industrial está acelerando o uso de fontes renováveis de energia. Por exemplo, no ano passado (2024), 48% das empresas fizeram algum tipo de investimento em projetos atrelados ao uso de energia limpa, como hídrica, eólica, solar, biomassa ou hidrogênio de baixo carbono, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

No entanto, em 2023, o número era de 34%, valor que indica crescimento significativo. Mas qual seria o principal motivo para investir neste tipo de tecnologia? A resposta é, teoricamente, mais simples do que aparenta: além de melhorar a imagem da empresa no cenário mundial, nacional, regional e local ao descarbonizar a produção, também se reduz o custo do processo produtivo em sua totalidade.

De fato, a adoção de fontes limpas nos últimos anos tem se mostrado uma solução um tanto eficiente na redução dos custos operacionais, considerando tanto curto quanto médio e longo prazos.

Isso ocorre porque, além de diminuir significativamente a dependência de combustíveis fósseis e de oscilações no preço da energia elétrica, empresas que optam por alternativas renováveis conseguem ampliar a previsibilidade de gastos e aumentar a eficiência em seus processos. Este fator é especialmente relevante em setores de alta demanda energética.

As práticas de ESG estão acelerando o processo?

A universalização do uso de energias renováveis é, sem dúvida, um debate que precisa levar em consideração inúmeras variáveis, dada a complexidade que as sociedades modernas construíram em termos de relações, circulação de mercadorias e infraestrutura. Porém, inicialmente, um dos aspectos determinantes do crescimento da adoção de fontes renováveis é o alinhamento às práticas ESG (ambientais, sociais e de governança).

Além de fortalecer a imagem institucional, o ESG também melhora a relação com investidores e atende às exigências de cadeias produtivas globais que demandam maior responsabilidade ambiental e social. No fim, o avanço da energia renovável tanto no âmbito residencial quanto industrial reflete a preocupação do Brasil em liderar a transição energética global.

A adoção de tecnologias voltadas para a geração de energia renovável tem garantido ao setor industrial brasileiro um abastecimento mais estável e ambientalmente responsável. A expectativa é que no futuro o percentual cresça ainda mais, criando um novo ciclo de renovação no setor industrial brasileiro.

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS