A terceira edição da pesquisa Genial/Quaest “O que pensam os deputados federais” divulgada hoje mostra forte aumento da insatisfação com a relação entre o governo do presidente Lula e o Congresso Nacional e forte queda na expectativa de aprovação da agenda do governo. A avaliação negativa da relação Lula - Congresso subiu de 47% para 51%. Entre os deputados que se identificam como independentes, o aumento foi de 20 pontos percentuais, de 45% para 65%, e entre aqueles que se consideram de Centro, de 38% para 49%. A sondagem é a maior do gênero realizada no Brasil. Segundo a Quaest, foram ouvidos presencialmente 203 deputados (40% do total), entre os dias 7 de maio e 30 de junho. A margem de erro é de 4,5 pontos percentuais.
As opiniões sobre as chances de aprovação da agenda do governo seguiram no mesmo caminho. Em maio de 2024, houve empate numérico: 47% consideravam as chances altas e 47%, baixas. Na pesquisa atual, 57% consideram baixas as chances de Lula aprovar sua agenda e 36% consideram altas. Apesar desse resultado, 84% já foram recebidos por algum ministro (77% em 2024) e 43% relatam que seus pedidos foram atendidos. Em resposta espontânea, 12% apontam a titular da secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffman, como a interlocutora mais efetiva, seguida pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha (9%). Outros 14% disseram não ter interlocutor efetivo e 16% não souberam responder.
A pesquisa traz um bloco de avaliação sobre políticas propostas pelo governo. A elevação da faixa de isenção do IR aparece no topo do ranking de preferências, com 88% dos deputados manifestando-se a favor. Em seguida vêm a exploração de petróleo na Amazônia (83%), o aumento das penas para roubos (76%) e o fim da reeleição para o Executivo, com aumento dos mandatos. As propostas mais mal avaliadas são a exclusão das verbas do Judiciário do limite de gastos (70% de opiniões contrárias) e o fim da escala 6x1 (também 70%).
A avaliação do governo Lula não registrou variação significativa. São 46% os deputados que avaliam negativamente o governo, contra 42% na pesquisa anterior, enquanto 27% têm avaliação positiva (contra 32%) e 24% consideram o governo regular (contra 22%).
Economia no rumo errado: A política econômica está na direção errada para 64% e certa para 40% dos entrevistados (55% em 2024) e certa para 28% (40% em 2024).
Eleição presidencial: Para 68% dos entrevistados, Lula será candidato em 2026 (73% na pesquisa anterior), mas 50% acreditam que o vencedor será da oposição (43% em 2024).
Tarcísio de Freitas: O governador de São Paulo aparece mais forte como principal candidato da oposição. São 49% os que têm essa opinião, contra 39% no ano passado.
Jair Bolsonaro: Para 51% dos deputados, o ex-presidente deveria abrir mão de candidatura, contra 23% que defendem sua permanência na corrida eleitoral e 23% que não sabem, ou não responderam.
Reforma ministerial: Para 77%, o governo não fez uma reforma efetiva.
Hugo Motta: O presidente da Câmara tem sua gestão avaliada positivamente por 68% dos deputados, enquanto 25% consideram a gestão regular, 6% negativa.
Distribuição de emendas: Para 57% dos entrevistados, o volume de emendas vai ficar nos níveis atuais nos próximos anos. Outros 18% esperam que haja aumento e 12% que haja redução. São 13% os que não sabem ou não responderam.
Supremo: Aumentou de 40% para 48% entre os deputados a avaliação negativa do trabalho do STF, e recuou de 34% para 27% a avaliação positiva. Para 18% o trabalho do Supremo é regular, contra 21% na pesquisa anterior.
Principal problema do Brasil: O índice caiu, mas economia permanece em primeiro lugar para os deputados: 31% (38% em 2023). A violência era apontada em 2023 por apenas 7% dos deputados, e agora aparece com 23%, em segundo lugar no ranking.
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