Trocar o sistema de iluminação exige planejamento, conhecimento técnico e atenção à segurança. Especialistas explicam os cuidados indispensáveis para uma substituição eficaz e segura
Atualizar o sistema de iluminação de um espaço comercial ou industrial deixou de ser uma escolha meramente estética ou econômica. Hoje, trata-se de uma medida técnica com impacto direto em segurança, desempenho operacional e conformidade com normas. Ao trocar luminárias antigas por soluções mais modernas e eficientes, empresas ganham em produtividade, reduzem riscos elétricos e se alinham a padrões de sustentabilidade.
Essa modernização, no entanto, exige planejamento detalhado. A avaliação da infraestrutura elétrica existente é o primeiro passo. Condições da rede, tipo de luminárias, consumo energético e distribuição de pontos de luz precisam ser revisados antes de qualquer substituição. Ignorar essa análise pode resultar em sobrecargas, falhas de circuito ou até acidentes mais graves.
Além disso, o novo projeto deve considerar os objetivos específicos do espaço. Escritórios requerem conforto visual e uniformidade de luz para evitar fadiga ocular. Já ambientes industriais precisam de potência, resistência e controle de ofuscamento. O tipo de tarefa realizada em cada área orienta a escolha da luminária, sua temperatura de cor, índice de proteção e nível de iluminância. Em todos os casos, é essencial garantir que os novos equipamentos sejam compatíveis com a instalação elétrica existente, evitando desequilíbrios ou desperdícios.
A norma ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013, que trata da iluminação de ambientes de trabalho internos, estabelece níveis mínimos de iluminância que variam conforme a complexidade da atividade. Para tarefas minuciosas, como inspeções visuais ou montagens detalhadas, são exigidos até 1.000 lux. Além disso, a uniformidade da luz e o controle do ofuscamento são aspectos que devem ser planejados com atenção, a fim de evitar zonas de sombra ou reflexos que comprometam a segurança e o desempenho.
Soluções técnicas específicas podem ser necessárias a depender do ambiente
Em espaços onde há presença constante de umidade, poeira ou produtos químicos — como câmaras frias, cozinhas industriais ou galpões logísticos — é necessário um cuidado adicional com o tipo de luminária escolhida. Nessas situações, o uso de luminárias herméticas industriais é recomendado. Com vedação reforçada e proteção contra agentes externos, elas oferecem maior durabilidade e garantem desempenho constante, mesmo em ambientes severos. O uso desse tipo de luminária reduz a necessidade de manutenção corretiva e aumenta a segurança da operação.
Outro ponto essencial é o planejamento da instalação. Sempre que possível, as mudanças devem ocorrer fora do horário de funcionamento, com sinalização adequada e divisão por etapas para evitar a paralisação das atividades. O serviço deve ser executado por profissionais qualificados, respeitando normas como a ABNT NBR 5410, que trata das instalações elétricas de baixa tensão, e a NR-10, que estabelece requisitos de segurança em intervenções com eletricidade.
Erros comuns em pequenas e médias empresas, como contratar mão de obra não especializada ou ignorar o plano de manutenção preventiva, comprometem não apenas o investimento, mas também a integridade das operações. Inspeções periódicas ajudam a manter a qualidade da iluminação, identificando falhas, acúmulo de sujeira ou desgaste de componentes. Essas medidas, além de simples, têm impacto direto na durabilidade do sistema e na segurança do ambiente de trabalho.
Em um cenário onde eficiência energética e segurança do trabalho são pilares estratégicos, tratar a iluminação como parte da infraestrutura crítica do negócio é uma necessidade. Modernizar com responsabilidade é uma forma de garantir não só melhor desempenho, mas também ambientes mais seguros e preparados para os desafios operacionais do presente e do futuro.