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ENTREVISTA Quarta-feira, 01 de Janeiro de 2014, 09:15 - A | A

Quarta-feira, 01 de Janeiro de 2014, 09h:15 - A | A

Prefeito avalia os primeiros 365 dias de sua gestão

Ítalo Milhomen - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Após uma ano como o chefe do executivo municipal, o prefeito Alcides Bernal  (PP) conversou com a reportagem do Capital News e falou de suas impressões sobre a cidade, a administração municipal e a briga política que durou quase um ano entre ele e os opositores na Capital e sobre o futuro da cidade.

Capital News - Como o senhor avalia o seu primeiro ano de administração de Campo Grande?

Alcides Bernal - O primeiro ano na minha visão foi muito produtivo, porque enfrentamos a maior epidemia da dengue da história do nosso município e vencemos. Com essa situação nós mostramos além da força de reação da administração pública o comprometimento da população, no sentido de nos ajudar. Os servidores públicos também se fizeram presentes, apesar das dificuldades do antigo prefeito ter cancelado uma licitação, e que para você fazer uma nova licitação se demanda tempo, é uma burocracia terrível, enfim, nós fizemos um contrato emergencial, contratamos centenas de profissionais da saúde. Não permitimos que essa epidemia explodisse nos hospitais, atendemos nas unidades de saúde, criamos o terceiro turno abrindo sábado e domingo. Evitando que se tornasse em uma tragédia maior.

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Bernal destacou as ações na área da saúde como uma das principais mudanças na administração municipal
Foto: Deurico/CapitalNews

Capital News - Quais outras ações você destaca neste primeiro ano?

Alcides Bernal - Contratamos mais profissionais na área de saúde, foram mais de 400 médicos, cobramos dos prestadores de serviço agilidade e qualidade nos serviços prestados nas áreas de limpeza e infraestrutura. Criamos aquela equipe móvel, médicos que ficam de plantão 24 horas para dar atenção a demanda reprimida nas unidades de pronto atendimento. Criamos o Consulta Única, programa que atendeu mais de 150 mil mulheres, elas iam para a consulta, faziam os exames, tinham os diagnósticos e eram encaminhadas para o tratamento. Isso tem dado um resultado muito positivo. Fizemos a campanha de prevenção contra o câncer de colo de útero e de mama. Implantamos o programa Fila Zero para resolver o problema dos atendimentos especializados. Eu me lembro de um caso que me chamou muita a atenção, era um sábado, eu sentei e conversei com uma senhora que esperava para ser atendida, tinham centenas de pessoas para serem atendidas e dezenas de médicos. Fui cumprimentando as pessoas e passei por uma senhora e perguntei como ela estava, ela disse mais ou menos. Eu perguntei mais ou menos, a senhora vai ser consultada daqui a pouco. Ela falou pra mim isso aí é o mais. Ai perguntei e o menos? Ela respondeu que estava esperando por mais de quatro anos pelo psiquiatra e que o filho dela, caso tivesse sido consultado antes estaria vivo, porque em uma crise de depressão tirou a própria vida. Isso tocou muito no meu coração, a tristeza daquela mãe, dizendo que se ele tivesse ido a consulta, tivesse tomado o remédio certinho, não teria perdido o filho. Então as vezes não temos a dimensão da importância das pequenas ações. Então conseguimos praticamente zerar os atendimentos na especialidade de psiquiatria, nefrologia, oftalmologia, neurologia e ortopedia infantil, que estão sendo realizadas hoje no Hospital Adventista, ampliamos nossos convênios com o Hospital São Julião, a própria Santa Casa, nós melhoramos os convênios com elas, repassamos mensalmente quase R$ 14 milhões. Nós temos feito muito, fizemos o Terceiro Turno para os trabalhadores que não tem condições de serem atendidos em consultas médicas e odontológicas durante o dia. Criamos o Consultório na Rua, uma van que tem médico, enfermeiro, assistente social. Tem gente que além de cuidar da saúde da pessoa, que está em situação de vulnerabilidade, ela encontra uma forma de restabelecer o vínculo familiar daquela pessoa. Já vi vários casos de pessoas que se reencontraram com os familiares. Ontem recebi um telefonema de um rapaz que andava pela cidade, hoje esta com sua família e inclusive está empregado e trabalhando para sobreviver. Está dando certo.

Capital News - Como está a questão da habitação no município, qual é a meta para o próximo ano?

Alcides Bernal - Nossa meta é entregar seis mil casas até fevereiro, vamos concluir as casas que já estavam em construção. Temos um amplo programa de regularização fundiário que o Hamilton (ex-diretor presidente da Agência Municipal de Habitação) como presidente da Emha nos auxiliou muito, fez um bom trabalho e vamos começar a implementar já.

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Regularização fundiária será uma das prioridades do prefeito
Foto: Deurico/CapitalNews

Capital News- O que vocês têm planejado para esse programa de regularização fundiária?

Alcides Bernal - Nós vamos ver os imóveis mais antigos, onde existem famílias já enraizadas, que já construíram suas casas, mas precisam apenas da regularização. Lógico que não podemos deixar de cobrar uma fiscalização intensa para que não tenham vivaldinhos de plantão querendo se aproveitar. Nós temos na nossa cidade algumas invasões, que a gente sabe que está sendo feita por alguns que precisam e por outros que querem criar problemas políticos. Essas invasões nós vamos tratar de maneira humanizada, não vamos chegar lá tirando com agressão para fazer valer as ordens judiciais, vamos fazer com diálogo. Aquela favela Cidade de Deus,  já temos um trabalho que o Hamilton começou e vamos chamar o novo presidente para dar uma solução para o problema, nós vamos assentar aquelas famílias que realmente precisam de casa em  terrenos da Emha.

Capital News - E aquele antigo slogan, "Campo Grande" a primeira capital sem favelas?

Alcides Bernal - Campo Grande sempre teve favelas, essa Campo Grande sem favelas era o discurso dos nossos opositores, prova é que elas estão ali. Quando vencemos a eleição percebemos que nossos adversários políticos começaram a incentivar a invasão de áreas públicas. Tem políticos da oposição que conhecem muito as áreas públicas a disposição, porque viveram nesses órgãos teve muita atuação nesta área. Agora nós agimos com firmeza, entramos na Justiça porque somos obrigados a defender o bem público, que deve ser utilizado para o bem comum da população, construção de escolas, Ceinfs, unidade de saúde praças. Obtivemos liminares, tem algumas para serem cumpridas, mas como te disse nós vamos humanizar o cumprimento dessas liminares porque tem gente no meio dos aproveitadores que realmente precisam destas casas.

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Bernal esperava menos dificuldades em administrar a cidade
Foto: Deurico/CapitalNews

Capital News - Qual era a grande dificuldade que você imaginava enfrentar após ser eleito? Você achou que seria díficil ser prefeito?

Alcides Bernal - Eu achava que o maior desafio seria resolver os problemas com a rapidez que eu achava que poderia resolver. Achei que seria mais rápido. Mas eu me surpreendi com o nível da oposição, foi muita baixa, uma perseguição com mentiras, calúnias. Quando ganhamos a eleição eles já foram para cima do orçamento, reduziram a suplementação de 30% para 5%, aumentaram as despesas, reduziram as receitas e engessaram a administração. Então eu fiquei surpreso com o descomprometimento destes políticos, que cumpriram as ameças que estavam fazendo. O slogan de campanha deles (adversários) era "Campo Grande não pode parar. Como eles perderam, tentaram fazer a cidade parar. Olha só a soberba deste grupo que estava quase 30 anos na administração. Eles foram pro orçamento, foram pro Ministério Público. O que era suplementação eles transformaram em remanejamento. A interpretação do Tribunal de Contas é completamente nova. Tanto é que essas novas medidas só passarão a valer a partir de 2015, porque as prefeituras terão que adaptar a essas novas regras. Então eu imaginava que teria uma resistência, mas confesso que não imaginava que seria tão rasteiro, eu imaginava que os embates estariam no ideológico, nas políticas, mas foi muito rasteiro, foram ataques pessoais, coaptaram pessoas que estavam do nosso lado. Um exemplo disso é o vice-prefeito (Gilmar Olarte), que se juntou aos adversário. Aquele Raimundo Nonato também foi coaptado, acabou sendo chamado pelo Nelsinho (Trad) ficaram uma reunião na casa dele, tem uma gravação dizendo isso. Logo depois começaram a surgir os problemas, primeiro a Comissão Parlamentar de Inquérito, depois, veio a Comissão Processante com base em uma denúncia do próprio Raimundo Nonato. Inventaram denúncias de irregularidades para tentar cassar o prefeito.

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Prefeito reclama da perseguição e de traições de pessoas próximas
Foto: Deurico/CapitalNews

Capital News - Então não há mais essa relação com o vice-prefeito?

Alcides Bernal - O vice Gilmar Olarte provou que é uma pessoa desleal. Ele esteve o tempo todo tramando contra nossa administração. Tem uma gravação com a perícia do IPC com encontro com adversários caçando um jeito de me cassar. Ele distribuiu as secretarias para os vereadores e ainda fez promessas inconfessáveis. Após assumir a prefeitura ele estaria entregando-a para os meus adversários. Uma coisa extremamente anti-ética, reprovável e repugnante.

Capital News - E o Chocolate?

Alcides Bernal - Ele é um vereador que chegou a essa condição graças ao Partido Progressista que deu a oportunidade a ele. Com 2.500 votos você não chega a ser eleito. Para ser eleito tem que ter cerca de 15 mil votos. Então ele dependeu da estrutura do partido, dos votos dos outros candidatos do partido. Dos nossos esforços. Eu tive mais de 270 mil votos e o partido não conseguiu ter mais de 30 mil votos para eleger mais vereadores. Um dos motivos da nossa dificuldade na Câmara de Vereadores. O Chocolate votou todas vezes contra o partido, contra a administração com argumentações pessoais, sem consistência nenhuma. Então o Chocolate segue o destino dele.

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Pedro Chaves e outros articulares cumpriram bem seus papeis
Foto: Deurico/CapitalNews

Capital News - E qual sua avaliação do trabalho do secretário Pedro Chaves?

Alcides Bernal - Ele se dedicou muito, se surpreendeu também com as propostas que ouviu. propostas de todos os tipos, que nem vou entrar nesses detalhes. O Pedro é muito importante, mas também há outros protagonistas do diálogo. Nós tivemos o Marquinhos do PT e outras várias forças, não só políticas a própria sociedade. Por onde passava as próprias pessoas falavam que os vereadores teriam que dialogar, se não, não seriam eleitos novamente. Houve uma pressão popular muito forte pela composição.

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PSDB não deverá se juntar com a base, avalia prefeito
Foto: Deurico/CapitalNews

Capital News - E o PSDB existe a possibilidade de reaproximação? Você vai cumprir aquela proposta de colocar a administração dos Ceinfs na pasta de Educação?

Alcides Bernal - A ida dos Ceinfs para educação foi uma promessa de campanha minha e vou fazer isso acontecer no início do ano. O PSDB dificilmente vem. O João Rocha e a Rose me indicaram a professora Leila e o Chadid era do PSDB. O PSDB não demonstra iniciativa de ajudar Campo Grande. Então acho muito difícil essa reaproximação.

Capital News - O vereador Alex comentou que seu olho estava comprometido. Como está essa questão de saúde?

Alcides Bernal - Há dois anos atrás eu sofri um acidente, um pequeno derrame no olho esquerdo e eu tive que fazer um tratamento oftalmológico, fazer algumas aplicações na vista e em uma das ocasiões que fui convocado pela comissão processante caiu na data de uma dessas aplicações oftalmológicas.

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Agilidade no projeto que destina 1% para a cultura foi um diferencial das demais administrações
Foto: Deurico/CapitalNews

Capital News - E o 1% para cultura?

Alcides Bernal - O que eles enrolaram, nós fizemos.

Capital News - E o Esporte terá o mesmo tratamento?â

Alcides Bernal - Estamos fazendo o levantamento de dados detalhados do que foi feito neste ano para o esporte. Nós vamos fazer ainda mais em 2014. Vamos fazer parcerias com entidades para fortalecer a pratica de esporte nos bairros e vilas. A Funesp vai ganhar uma força maior agora.

Capital News - Poderá ter o 1% para o esporte?

Alcides Bernal - Não vou assumir esse compromisso de imediato, mas é possível.

Capital News - E o esporte profissional, ele também será atendido?

Alcides Bernal - Desde que tenha transparência comprometimento, um plano de trabalho, uma prestação de contas, certamente o município vai ser parceiro. Campo Grande com certeza tem que reviver seus momentos de glória no futebol, mas respeitando o dinheiro público. temos que ter o Comercial, o Operário, Novoperário, o Campo Grande se destacando porque o esporte movimenta a cidade, gera renda. Tanto o esporte como a cultura este ano irão fazer a diferença.

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Bernal acredita que obras irão beneficiar a vida da população campo-grandense
Foto: Deurico/CapitalNews

Capital News - O que você espera fazer para Campo Grande no ano de 2014? Alguma obra importante além das que já foram anunciadas? O viaduto na Via Parque que foi prometido pela antiga administração?

Alcides Bernal - Nossa administração trás no slogan "as pessoas em primeiro lugar". Então, nós reduzimos a tarifa do transporte coletivo, isso é muito importante porque isso nunca aconteceu na nossa cidade. Demos um reajuste de 18% para os administrativos da prefeitura, deixando de forma claro que nosso objetivo é fortalecer o material humano. Demos 20% para o servidores da saúde 7% para dos demais. Ao invés de chamar cargos de confianças chamamos concursados em todos os setores, desde administrativo, professores, guardas municipais, merendeiras. No início do nosso mandato encontramos terceirizados na merenda e chamamos os concursados. Então estamos investindo no mérito. São 11 ações estratégicas que priorizam as pessoas, creio que o marco de nossa gestão será essa em 2014. As obras não estarão lá por si só e sim para dar qualidade de vida para as pessoas. A partir de 2014 vamos começar a fechar o detalhes para que o asfalto chegue nos bairros da região norte, região do Nova Lima, principais avenidas da cidade, reformas as unidades de saúde, vamos construir 34 Centros de Educação Infantil. Estamos com os pagamentos dos nosso fornecedores em dia. A questão do Centro Administrativo esta bastante adiantado e em janeiro já devemos apresentar o projeto, que vai ajudar a dar uma solução para o prédio da Câmara de Vereadores.

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ADRIANA DE FÁTIMA OLIVEIRA 10/01/2014

Sr prefeito, convoque os restante dos professores do concurso do ano de 2009, existem as vagas.

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