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Não há cura definitiva para a endometriose, mas o tratamento pode ajudar a controlar os sintomas afirma Dra. Maria Carolina Dalboni
Você já deve ter se deparado com alguma mulher reclamando de dor no pé da barriga, da menstruação irregular e em alguns casos se queixando da dificuldade que tem para engravidar. Pois é, essa é uma realidade comum em cerca de 10% da população feminina global em idade reprodutiva, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), trata de sintomas da endometriose.
Silenciosa e dolorosa, a doença pode causar sérias dificuldades na vida de uma mulher, se não diagnosticada e tratada. Por isso, o Ministério da Saúde chama a atenção para o problema e informa que o exame ginecológico é o primeiro passo para a identificação da endometriose.
Março é o mês dedicado a conscientização da doença, chamado de mês amarelo tem como propósito combate à endometriose que é crônica e muitas das vezes incapacitante para a mulher. Para entender um pouco mais sobre essa enfermidade o Capital News conversou com a médica ginecologista Dra. Maria Carolina Dalboni.
Formada pela Universidade Severino Sombra, em Vassouras no Rio de Janeiro, a ginecologista tem pós-graduação em ginecologia e obstetrícia pela Universidade Gama Filho (RJ). Além disso, possui especialização em ginecologia endócrina, é sexóloga e referência em Reposição Hormonal.
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Não há cura definitiva para a endometriose, mas o tratamento pode ajudar a controlar os sintomas
1. Capital News: O que é endometriose e as suas principais causas?
Dra. Maria Carolina Dalboni: A endometriose é caracterizada pela presença de um tecido semelhante ao endométrio (camada interna uterina) fora do útero, em órgãos pélvicos ou estruturas abdominais mais distantes. Não temos certeza das causas, existem algumas teorias, mas temos certeza de que fatores genéticos, hormonais e imunológicos podem ter influência sobre a endometriose. Por muitos anos e até hoje se fala na teoria da menstruação retrograda e da metaplasia celômica, porém acreditamos que pacientes com predominância estrogênica e síndrome metabólica apresentam maior predisposição.
2. Capital News: Quais sintomas da endometriose?
Dra. Maria Carolina Dalboni: Os principais sintomas são a dor pélvica intensa durante a menstruação, dor durante o sexo, dificuldade para engravidar devido formação de aderências, obstrução tubária , sangramento irregular, alterações gênito urinárias e também gastrointestinais.
3. Capital News: Como identificar a doença e ela pode migrar para outros órgãos?
Dra. Maria Carolina Dalboni: Podemos fazer exames laboratoriais, ressonância nuclear magnética e até a ultrassonografia. Porém em alguns casos só teremos o diagnóstico definitivo através de uma videolaparoscopia.
4. Capital News: Qual é o tratamento para a doença?
Dra. Maria Carolina Dalboni: O tratamento consiste na própria videolaparoscopia para retirada das lesões. Além disso, é necessário lançar mão de alguns progestinicos.
5. Capital News: A endometriose só dá em mulheres ou homens também podem ter?
Dra. Maria Carolina Dalboni: A endometriose é uma doença feminina
6. Capital News: A doença tem cura?
Não há cura definitiva para a endometriose, mas o tratamento pode ajudar a controlar os sintomas
Dra. Maria Carolina Dalboni: Infelizmente não há cura definitiva para a endometriose, mas o tratamento pode ajudar a controlar os sintomas e melhorar muito a qualidade de vida.
7. Capital News: Quem tem caso de endometriose na família vai desenvolver a doença?
Dra. Maria Carolina Dalboni: Existe uma predisposição genética, aumentando o risco de desenvolver a doença em pacientes com histórico familiar.
8. Capital News: Uma paciente pode levar anos para ser diagnosticada com endometriose? Se sim, por quê?
Dra. Maria Carolina Dalboni: Muitas vezes o diagnóstico é tardio pois as pacientes apresentam sintomas inespecíficos e também a dificuldade de algumas lesões aparecerem nos exames de imagem, sendo as vezes o diagnóstico definitivo apenas por videolaparoscopia.
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Dra. Maria Carolina Dalboni
9. Capital News: Como viver bem com a doença?
Dra. Maria Carolina Dalboni: Estilo de vida saudável é fundamental para qualidade de vida de quem tem endometriose. Isso inclui a prática de atividades físicas regulares, dieta específica, suplementação adequada e controle de peso.
10. Capital News: A doença pode migrar para outros órgãos?
Dra. Maria Carolina Dalboni: A endometriose pode se apresentar em outros órgãos, embora seja mais comum afetar os órgãos pélvicos. Pode-se encontrar endometriose em locais como os ovários, intestinos, bexiga e até mesmo em locais mais distantes, como os pulmões.
