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Polícia Sábado, 10 de Janeiro de 2009, 07:30 - A | A

Sábado, 10 de Janeiro de 2009, 07h:30 - A | A

Cresce número de adolescentes apreendidos por tráfico

Lucia Morel - Capital News

O tráfico de drogas cometidos por adolescentes tem crescido significativamente no período que corresponde ao final de 2008 e os primeiros dias de 2009. O alerta é da delegada Maria de Lourdes Souza Cano, da Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e à Juventude (Deaij).

Segundo a delegada, em dez dias - de 28 de dezembro até a última quinta-feira (8) – foram apreendidos oito adolescentes por tráfico de entorpecentes na Capital, número que já ultrapassa todo o mês de janeiro do ano passado, que registrou cinco apreensões de jovens envolvidos com o comércio de drogas.

“Acreditamos que as batidas constantes nas ‘bocas de fumo’ da cidade tenham levado os traficantes maiores de idade a recrutarem adolescentes para gerenciar os pontos de venda porque, caso haja alguma batida policial, a penalidade para o jovem será muito menor do que a aplicada para o adulto”, explica Maria de Lourdes Cano.

Para evitar que essas ocorrências continuem crescendo e também para combater a venda de drogas a Deaij realiza um trabalho de investigação até que os verdadeiros proprietários dos pontos de venda de drogas sejam presos, visto que somente a apreensão dos adolescentes não é o bastante para coibir o tráfico.

“Os jovens apreendidos nunca falam quem é o dono do ponto, assumem o porte do entorpecente. Por isso sempre voltamos aos locais de venda e região próxima após a apreensão do adolescente, para tentar encontrar o verdadeiro proprietário da ‘boca’ antes que ele passe o ponto para outro jovem”, afirma.

A delegada explica que geralmente os adolescentes são levados a praticar este tipo de crime em busca de dinheiro fácil. “Um adolescente apreendido me falou que chega a ganhar R$ 150 por dia com a venda de drogas e me perguntou onde arranjaria um emprego que ganhasse isso”, comenta Maria de Lourdes Cano. De acordo com ela, os jovens do tráfico não fazem o perfil de usuários: “Até usam, mas esporadicamente. Estes adolescentes visam o comércio, o lucro por meio do tráfico”.

“É preciso que os pais cuidem dos seus filhos antes que o traficante venha a cuidar”, alerta a delegada. Ela diz ainda que os adolescentes que cometem estes delitos são os que estão fora da escola, alguns já têm passagem pela polícia e possuem uma certa desestrutura familiar, com casos de crimes cometidos por parentes. (Com informações do Notícias MS)

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