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Cotidiano Sexta-feira, 07 de Março de 2014, 10:57 - A | A

Sexta-feira, 07 de Março de 2014, 10h:57 - A | A

Após ter socorro negado, criança de oito anos morre em posto de saúde da Capital

Samira Ayub e Aline Machado - Capital News (www.capitalnews.com.br)

“Essa dor é imensa, eu não desejo isso para ninguém”. Essas são as palavras do segurança Robson Silva Ribeiro, 38 anos, ao descrever a morte do filho de oito anos que ocorreu na madrugada desta sexta-feira (7), em Campo Grande. A mãe da criança pediu socorro para o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) e Corpo de Bombeiros, mas não foi atendida.

Robson contou para o Capital News que na última terça-feira (4), o filho Heber Caio, de oito anos, aproveitou o feriado de Carnaval para jogar bola e acabou machucando a perna. Ao voltar para a casa, a mãe medicou o filho com analgésico, e como a dor não passava medicou com relaxante muscular.

Porém, segundo o pai, na madrugada de hoje, Heber voltou a se queixar de dor na perna. O segurança estava no trabalho quando a mulher ligou por volta das 4h para avisar que o filho estava se sentindo mal. A mãe da criança precisou ajudar o filho para ir ao banheiro porque não aguentou caminhar.

Como a criança continuava a se queixar da dor, a mãe ligou novamente para o marido, que a orientou a acionar o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU). Segundo Robson, a mulher relatou os sintomas que o filho apresentava, porém, a equipe do SAMU informou que não poderia atender por que os sintomas não eram suficientes para socorrer a criança.

A mãe, então, decidiu ligar para a polícia que a orientou a acionar o Corpo de Bombeiros, que a princípio, informou que iria socorrer a criança. Robson saiu do trabalho e seguiu para casa da família, de transporte coletivo, e ligou para a mulher para ter notícias de Heber, quando foi informado da demora da viatura dos Bombeiros, ele pediu para que ela ligasse novamente.

Segundo o pai de Heber, a mãe ligou para o Corpo de Bombeiros, quando foi informada de que não havia viatura disponível para atender a criança. Então, a mãe com a ajuda de um irmão, começou a pedir socorro pela vizinhança, uma vez que a família não tem veículo. Um dos vizinhos levou a criança com a mãe e o tio para um Centro Regional de Saúde Dr. Antônio Pereira, no bairro Tiradentes, mas Heber já chegou morto na unidade.

Robson afirmou que no posto de saúde já não tinha mais o que fazer pelo filho. A família registrou um boletim de ocorrência, como morte a esclarecer, e o corpo de Heber está no Instituto Médico e Odontológico Legal (IMOL) para verificar a causa da morte do menino.

Além da dor e da saudade, o pai lida com outro sentimento, a indignação. “Nem sei qual tipo de sentimento, mas quero saber quais são os critérios utilizados pelo SAMU para definir quem vão socorrer”, disse Robson.

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O pai do menino, chora a dor da perda, e questiona o não atendimento pelo SAMU
Foto: Deurico/Capital News

SAMU: A Secretaria Municipal de Saúde (SESAU) encaminhou comunicado nesta manhã informando que solicitou a gravação do telefonema, feita pela mãe de Heber, para verificar o que aconteceu.

Segundo a nota da Secretaria, conforme for apurado, o órgão irá tomar as providências cabíveis.

Corpo de Bombeiros: Já, a assessoria do Corpo de Bombeiros informou que o comandante-geral, coronel Ociel Ortiz Elias, está ciente do caso e que o fato está sendo apurado, e deve informar, ainda hoje, por meio de nota.

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nei salviano 07/03/2014

QUE VERGONHA QUE FALTA DE RESPONSABILIDADE MUITO INDIGNADO COM A SITUAÇÃO PODER PÚBLICO TOTALMENTE AUSENTE DE SUAS RESPONSABILIADES QUE DEUS PROTEJA ESSA FAMÍLIA

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