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Cotidiano Sexta-feira, 21 de Fevereiro de 2014, 18:13 - A | A

Sexta-feira, 21 de Fevereiro de 2014, 18h:13 - A | A

Crise na OAB/MS termina em pancadaria, agressões e Boletim de Ocorrência

Samira Ayub - Capital News (www.capitalnews.com.br)

A crise que se instalou na Ordem dos Advogados do Brasil seccional Mato Grosso do Sul (OAB/MS) culminou com um fato lamentável na sede de uma entidade respeitada em todo o país. A sessão do Conselho Seccional da Ordem, desta sexta-feira (21), terminou em violência, pancadaria, desrespeito e quebradeira. Um dos agredidos é o advogado e ex-presidente da OAB/MS, Carmelino Rezende, de 68 anos.

A briga envolveu o advogado Carlos Magno Couto, conselheiro estadual e que apoia o atual presidente Júlio César Rodrigues. A sessão começou às 9h e os conselheiros não entraram em um consenso sobre a votação da ata da sessão anterior. Um dos itens tratava sobre a criação de uma comissão para checar gastos que Rodrigues teria feito indevidamente.

Carlos Magno tentou impedir a votação e a sessão precisou ser suspensa por 15 minutos. Segundo alguns conselheiros, Magno protagonizou outro episódio na última sessão do ano passado, chegando a rasgar a pauta da sessão.

Após o retorno da sessão, houve mais um tumulto, quando o ex-presidente da Ordem, Carmelino Rezende, pediu a palavra e questionou como seria feita a votação, foi interrompido pelo conselheiro Carlos Magno. Começou nova discussão entre os advogados, quando em um determinado momento, Carmelino interpelou outro conselheiro. Calos Magno se levantou e desferiu dois socos em Carmelino Rezende.

Alguns dos advogados presentes entraram na briga que avançou, saindo do plenário e indo para o pátio da Ordem. A sessão foi suspensa.

Segundo o advogado Carlos Marques, que estava na sessão, esta foi mais uma estratégia utilizada pelo atual presidente da OAB/MS para tentar barrar a sessão. “Já entramos com uma representação contra o presidente, mas ainda não temos resposta. Ele está isolado, e por isso, criou uma diretoria paralela. Ele não escuta ninguém, e cria situações para suspender a sessão”, disse Marques.

“Registramos o boletim de ocorrência e vamos representar o conselheiro, além de encaminhar para o Conselho Federal”, informou Carlos Marques.

O advogado lamenta o que aconteceu nesta manhã e enfatiza que nunca ocorreu brigas com agressões e pancadaria. “Nossa posição é muito delicada, nós ajudamos a elegê-lo, coordenamos a campanha, investimos, mas quando percebemos que ele queria transformar a Ordem na extensão de seu escritório, para se beneficiar pessoalmente, deixamos de apoiar”, ressaltou Marques. “Hoje, estamos cortando a própria carne”.

A crise na seccional veio à tona no dia 5 de outubro, quando a imprensa local divulgou que Júlio César Souza Rodrigues, presidente da OAB/MS, fora contratado pelo prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), para entrar com ações na Justiça buscando elevar o índice do ICMS do município.

Bernal, que é advogado, possui processos éticos na OAB/MS e, mesmo assim, Júlio César ser contratado. Desde então, a crise afetou a administração da Ordem e comprometeu os serviços à advocacia. A diretoria da OAB/MS; o Colégio de presidentes de subseções; o Conselho Seccional; dois conselheiros federais; a diretoria da ESA e CAAMS e ex-presidentes divulgaram, então, cartas de repúdio às ações tomadas pelo presidente.

O Conselho Federal analisa pedido de intervenção na entidade. Júlio César teve seu contrato com a prefeitura suspenso liminarmente, no dia 29 de janeiro, pela 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais de Campo Grande.
 

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