Com cerca de 110 praças sem estrutura adequada e com falta de manutenção, a Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação de Campo Grande (Seinthra) pretende abrir processo de licitação e terceirizar os serviços de restauração das áreas de lazer públicas. Nessa quarta-feira (12), o titular da pasta, Semy Ferraz, afirmou ao Capital News que a equipe de revitalização da secretaria é pequena e será necessário terceirizar os serviços para uma empresa realizar a restauração das praças.
"Agora estamos fazendo um levantamento, orçando valores e dentro de uns 15 dias devemos encaminhar os papeis para o prefeito analisar", detalhou Semy. Segundo o secretário, estima-se a princípio que o gasto fique em torno de R$ 3 milhões. Semy explicou que praças com danos menores são revitalizadas pela própria equipe da secretaria, como a das Araras e Itanhangá.
Cuidada pelos moradores
Lembrada pela comunidade do bairro Ana Maria do Couto, a única praça do bairro está 'largada', e só é salva por quadra de esportes. Localizada logo na entrada do bairro, entre a Rua Marina Luiza Spengler e uma das avenidas mais movimentadas de Campo Grande, a Júlio de Castilho, ao redor da quadra poliesportiva uma praça foi projetada para ser um ponto de lazer, o que não deixa de ser, apesar de estar esquecida, como relata os moradores. Inaugurada há dez anos, o espaço para esporte é o que salva o lugar.
Praça é 'Cartão Postal' do bairro Ana Maria do Couto
Foto: Deurico/Capital News
Sem playground para as crianças ou academia ao ar livre, a área ainda é considerada um ponto de lazer pelo fato da boa sombra que as árvores oferecem e pelos bancos; uma combinação ideal para quem gosta de tomar tereré.
A presidente da Associação dos Moradores do bairro, Cláudia Arguelho, 58, afirma que há um ano o local sofre com a falta de manutenção. A equipe de limpeza deixa o serviço pela metade e quem retira as folhas que caem das árvores são os moradores, que precisam recolhê-las e deixá-las em sacos plásticos, para então serem levadas pelo caminhão de coleta. Caso contrário, o lixo fica por ali mesmo.
Impedidas de ir ao chão por conta da sujeira, cupins e formigueiros, crianças brincam nos bancos da praça
Foto: Deurico/Capital News
Ver uma área de grande extensão sem estrutura adequada é lamentável e Cláudia ainda lembra que as crianças não podem brincar no chão por causa dos cupins e formigueiros. Porém, apesar de reivindicar melhorias para o lugar, a presidente do bairro reconhence que a população também tem parcela de culpa pela situação da praça.
Presidente do bairro aponta para quadro de energia. Depredado, o sistema fica exposto e oferece riscos
Fotos: Deurico/Capital News
"Eles precisam ajudar a preservar. Tinha um bebedouro e agora só ficou um cano para beber água e ainda forma uma poça em volta, pois a torneira foi arrancada. O quadro de energia elétrica está exposto e algumas crianças ficam mexendo, é um perigo e ninguém vem arrumar", disse.
Como porta-voz dos moradores, Claudia reforça que a praça não pode ficar ao léu, e reforça que de noite integrantes de escola de samba vão ao local para ensaiar. Sem esperar pelo Poder Público, quem mora ao redor prefere arregaçar as mangas para não deixar a situação piorar.
"Na frente de casa eu e minha esposa carpimos e pagamos para fazer a poda e corta os galhos das árvores, pois ninguém faz isso", detalhou o aposentado Osmar Ribeiro, 72, morador do bairro há 18 anos.
Segundo o secretário Semy Ferraz, algumas praças de Campo Grande devem passar por revitalizar até a metade do ano.
Moradores da região afirmam que precisam desembolsar dinheiro para podar árvores da praça.
Foto: Deurico/Capital News
Quadra poliesportiva foi inaugurada há dez anos, ao redor apenas árvores e bancos foram a praça
Fotos: Deurico/Capital News
