Jorge Martins deixa a secretaria municipal de Administração e assume a junta interventora da Santa Casa de Campo Grande. A cerimônia de posse foi há pouco, com a presença do prefeito Nelson Trad Filho (PMDB). Pedro Chaves deixa a função e vai para a suplência do senador Delcídio do Amaral (PT).
São 2,4 mil funcionários aproximadamente e um recurso mensal de cerca de R$ 9 milhões.
A palavra de ordem é “falar bem da Santa Casa”, diz Jorge, em seu discurso.
O maior desafio do novo administrador, segundo Chaves, será fazer um “balanço equilibrado”. Ele falou da Central de Regulação de Vagas. “Têm que ser atendidos na Santa Casa os casos graves e gravíssimos, de urgência e emergência. Existem problemas que podem ser resolvidos nos postos de saúde dos bairros.”
Além destes conselhos, Chaves diz que Jorge deve fazer um “choque de gestão”, que seria o remanejamento interno de funcionários. “É reavaliar, realocar o pessoal. Ver que tem lugares em que há exagero de funcionários, outros que têm carência. Então, é fazer uma migração interna. Já fizemos isso, mas precisa ainda.”

Reunião de passagem de Chaves para Jorge contou com a presença de representantes do corpo clínico e de vereadores
Foto: Deurico/Capital news
Jorge diz que em 4 ou 5 dias terá um “diagnóstico” do estabelecimento para saber que medidas precisa tomar. Ele conta que foi surpreendido na tarde de ontem com o pedido do prefeito para que ele assumisse o cargo. “Ele [Nelsinho] me ligou e me deu mais ou menos acho que cinco minutos para dizer sim. (...) Ainda não entrei no barco. Só depois deste diagnóstico, que terei daqui a cerca de 5 dias, posso dizer como está."
O prefeito Nelsinho diz que Jorge terá uma grande missão, mas contará com apoio de uma “grande equipe”. Ele e Chaves falaram da “paixão” dos que ali trabalham.
“Você vai ter uma grande e difícil missão. Mas, vai ter assessoria direta e indireta de pessoas competentes que se apaixonaram por essa instituição, principalmente, o corpo clínico.”
Ele aproveitou para avisar que o problema maior da saúde é a falta de recurso financeiro. “Existe uma informação do Ministério da Saúde dizendo que o problema da saúde não está somente na falta de dinheiro, mas na má administração. É uma afirmação muito forte, mas, não deixa de ser verdade. Mas, por exemplo, a emenda 29 [que trata das definições para assegurar os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde]. Os entes federados – municípios e Estados – estão fazendo sua parte. Mas, a União tem que fazer sua parte. Tem que ter um dinheiro carimbado para a saúde sem ser o SUS [Sistema Único de Saúde]. Senão, vai ficar neste conto de fadas. Infelizmente, isto virou uma questão política. Primeiro, era o PT que não queria a CPMF, depois, o PSDB e a oposição. Quem perdeu com isso foi a sociedade. A sociedade que perdeu cerca de R$ 40 bilhões para a saúde.”

Nelsinho aponta em quadro seu avô materno Herculano Mandetta, benemérito da Santa Casa
Foto: Deurico/Capital news
Por: Marcelo Eduardo - (www.capitalnews.com.br)
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