Com o objetivo de acabar com o os assaltos que vêm ocorrendo no interior dos ônibus de transporte coletivo urbano de Campo Grande, foi realizada na manhã de hoje (15), na Câmara Municipal, audiência pública para debater o assunto e buscar soluções. A partir do dia 26 de agosto não será permitida a circulação de dinheiro dentro dos veículos.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Coletivo, Demétrio Ferreira Freitas, a única maneira de acabar com os assaltos é parar totalmente de circular dinheiro dentro dos ônibus. “Se não acabar com o dinheiro de dentro do ônibus não acabam os assaltos”, diz Demétrio.
O vereador Alex (PT) concorda que para resolver o problema é necessário adotar medidas inteligentes. “A presença de policiais dentro dos coletivos inibe a ação dos assaltantes, porém, tem que acabar com o dinheiro dentro de ônibus e utilizar apenas os cartões, além de instalar câmeras de vigilância”, aponta o vereador.
Rudel Trindade, presidente da Agetran também participou da reunião e disse que Campo Grande tem condições de adotar apenas o cartão para uso de transporte coletivo. “Há um mês fizemos uma reunião e ficou constatado que temos condições de acabar com a circulação de dinheiro dentro dos ônibus, temos infra-estrutura, só falta um amadurecimento”, destaca Rudel.
No fim de semana passado (4 e 5) foram registrados na Capital oito assaltos em ônibus. Neste fim de semana (11 e 12) este número reduziu para dois assaltos. Nos primeiros cinco meses do ano já foram registrados 270 assaltos em ônibus, o que representa uma média de dois assaltos por dia. “O policiamento dentro dos coletivos já teve efeito e inibiu a ação dos assaltantes, conforme apontam as estatísticas”, enfatiza o Coronel Davi da Polícia Militar.
Ao ter a palavra, o procurador do Ministério Público Estadual (MPE), Aroldo José de Lima, começou dizendo que os motoristas deveriam cobrar por danos morais. “Eles deveriam cobrar danos morais pela dupla função que estão desenvolvendo. A média de 54 assaltos por mês está alta, isso equivale a dois assaltos por dia”, disse indignado.
Aroldo prometeu que a reunião não seria apenas mais uma e que a partir do dia 26 de agosto os motoristas serão apenas motoristas. “Isso aqui não é mais um discurso. Não estamos escrevendo em areia. Em nome da segurança dos usuários de transporte coletivo vamos cumprir nosso compromisso antes que aconteça coisa pior”, desabafa o procurador.
A reunião foi convocada pela Comissão Permanente de Segurança Pública, composta pelos vereadores Alex (PT), Carlão (PSB) e Mario César (sem partido). Participaram da reunião o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Coletivo, Demétrio Ferreira Freitas, o presidente da Agetran, Rudel Trindade, o procurador do MPE, Aroldo José de Lima, o Comandante Geral da PM, Coronel Davi, o Comandante do Policiamento Metropolitano, Coronel Bueno e o presidente da Assetur, João Resende.