Ministro defende diálogo, mas profissionais e estudantes são proibidos de participar de seminário

A tarde desta sexta-feira (30) deveria ser marcada pela visita do Ministro da Saúde, Arthur Chioro, para a apresentação do panorama do Programa Mais Médicos em Mato Grosso do Sul. Porém o que se viu e o que marcou foi: mudança de local de última hora, autoridades deixando o Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, no Parque dos Poderes, e sem aviso prévio ou confirmação oficial o Seminário foi transferido para o auditório da FIEMS, onde médicos e estudantes foram proibidos de entrar.

A justificativa para a alteração repentina de local e foi a falta de segurança causada por médicos e acadêmicos de medicina que estavam reunidos no Centro de Convenções, à espera do Ministro com o intuito de fazer reivindicações para classe. A manifestação, pacifica, ocasionou a mudança do local. Já a justificativa para barrar a entrada foi a falta de espaço no auditório.

“Estamos extremamente indignados, é uma quebra da democracia. Ficou muito claro que o Ministro fugiu da gente, nós estávamos lá em mais ou menos 300 alunos, manifestando pacificamente em prol da saúde. Não somos contra o Mais Médicos, isso seria um ponto discutido. O ponto principal é o que os nossos pacientes estão passando aqui em Mato Grosso do Sul e nossos alunos também. O Ministro está com medo de alunos, de professores, de médicos. Ninguém estava armado, ninguém tinha sequer uma corneta”, palavras da Primeira Secretária do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul, Dra. Rosana Leite de Melo.

No auditório, para o Seminário, estavam presentes: o prefeito Gilmar Olarte, o governador André Puccinelli, o senador Delcidio do Amaral e o secretário de saúde do município Jamal Salem. Os gestores destacaram a importância do Programa Mais Médicos para a saúde pública.  Em seu discurso o ministro disse que “não se faz reforma de saúde pública contra os médicos ou sem os médicos. É necessário ter diálogo civilizado, porque quem perde é a população”. Chioro também admitiu que há deficiência no setor público para a contratação de profissionais.

Os profissionais, estudantes e representantes da classe médica, que ficaram o tempo todo do lado de fora Casa da Indústria, tinham várias reivindicações a serem feitas. “O ministro sequer vai nos ouvir. Não estamos aqui porque somos contra o Mais Médicos, queremos apenas o revalida. Queremos mais leitos e mais recursos para a saúde. Um plano de carreira para interiorização dos médicos, melhores condições de trabalho. Queremos ser valorizados ao invés de vermos médicos estrangeiros sendo valorizados aqui”, palavras dos acadêmicos que foram proibidos de entrar no seminário e ouvir o Ministro. Nenhum documento oficial proibindo a entrada dos médicos e acadêmicos foi apresentado para justificar a ação.