A tentativa de abrir a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde pela vereadora Luiza Ribeiro (PPS) não deu certo. Apenas seis dos 29 vereadores assinaram o documento, que precisa de dez confirmações de apoio para tramitação na Câmara de Vereadores.
A CPI seria para investigar o Hospital do Câncer e o Hospital Universitário envolvidos na Operação Sangue Frio, da Polícia Federal, deflagrada esta semana. A justificativa do presidente da Comissão Permanente de Saúde da Câmara, o vereador Paulo Siufi (PMDB), que mobilizou a Casa para a não abertura foi que as investigações já estão sendo feitas por dois órgãos do poder público.
Siufi é primo de Adalberto Siufi, ex-diretor-geral do Hospital demitido após ser investigado na Operação. O vereador Siufi ressaltou que na legislatura anterior, na qual presidiu à Câmara, a cidade tinha como prefeito Nelson Trad Filho (PMDB), de quem também é primo em primeiro e disse que nem por isso, por ser da família, deixou de cumpri seu papel como representante do povo. "Sempre que alguém comete algum deslize, tem que pagar pelo que cometou", disse. O vereador também é presidente da Comissão Permanente de Saúde da Câmara, a qual disse que irá acompanhar as investigações.
A vereadora Luiza explicou ao Capital News que o trabalho da Comissão e da CPI são diferentes e uma não exclui a possibilidade de acompanhamento da outra e nem mesmo da PF ou MPE quanto as investigações.
“O objetivo da CPI é debater o por quê dos órgãos públicos, como a Prefeitura e a própria Câmara, não tomou as providências necessárias para que os recursos públicos ao Hospital do Câncer não fossem desviados. Por quê deixaram virar caso de Polícia?”, argumentou a vereadora.
Segundo Luiza, a PF e o MPE focam a conduta criminal dos envolvidos, o que não cabe a CPI, que investiga a possível omissão dos fatos. “Já a Comissão Permanente de Saúde também pode acompanhar, visto que sua função também não se confunde com a CPI, pois ela auxilia no apoio a legislatura do vereador”, disse a vereadora.
Além de Luiza Ribeiro, assinaram o documento para a criação da CPI os vereadores Zeca do PT, Cazuza (PP), Chocolate (PP), Eduardo Romero (PTdoB) e Paulo Pedra (PDT). Os vereadores Alceu Bueno (PSL), Gilmar da Cruz (PRB) e Chiquinho Telles (PSD) chegaram a apoiar o documento, mas ao final da sessão de ontem (21) retiraram suas assinaturas.
Luiza disse que não desistiu da questão e semana que vem tentará coletar todas para a instaurar a CPI, que já foi sinalizada ter o apoio do prefeito Alcides Bernal (PP).