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Rural Quinta-feira, 12 de Fevereiro de 2009, 09:07 - A | A

Quinta-feira, 12 de Fevereiro de 2009, 09h:07 - A | A

Vendas de aviões agrícolas seguem firmes

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

As vendas de aviões agrícolas da Indústria Aeronáutica Neiva, de Botucatu (SP), subsidiária da Embraer, decolaram em 2008, apesar da crise financeira global, e prometem voos mais altos em 2009. No ano passado, a empresa negociou 32 unidades, 33% mais que no ano anterior.
O bom desempenho dos negócios reflete o perfil diferenciado dos clientes para este tipo de produto, normalmente marcado por grandes produtores agrícolas e empresas especializadas em pulverização, explicou ao Valor o diretor da Neiva, Almir Borges.

Em janeiro, sete novas unidades foram encomendadas à Neiva, volume que animou a empresa a fazer projeções mais otimistas para este ano. Em uma estimativa conservadora, a comercialização deste tipo de aeronave poderá repetir o mesmo desempenho do ano passado, segundo a empresa. Em sua fábrica instalada em Botucatu, a Neiva tem uma capacidade para produzir 50 unidades por ano.

Do total negociado em 2008, pelo menos 95% são de aviões movidos a álcool, que é produzido pela Neiva desde 2005. O álcool combustível é o mesmo usado para abastecer os veículos. "Só produzimos avião movido à gasolina quando o cliente faz questão."

Um avião agrícola "básico" custa em torno de R$ 642 mil. Segundo Borges, 70% das unidades são financiadas via Finame e outros 30% são pagos com recursos próprios dos fazendeiros.

Com uma frota de 10 aviões agrícolas, o executivo Bruno Vasconcelos, diretor da Sana, empresa de pulverização instalada em Leme (SP), adquiriu mais uma aeronave em outubro do ano passado, no auge da turbulência financeira global. "Esse segmento [de pulverização] não tem sido afetado pela crise."

O modelo de aviões agrícolas produzido pela Neiva, conhecido como "Ipanemão", foi desenvolvido pela empresa nos anos 1970. A demanda tornou-se crescente nesses últimos anos por conta das vantagens que possui sobre as tradicionais máquinas agrícolas terrestres.

As aeronaves agrícolas são utilizadas na pulverização das lavouras. A velocidade da aplicação aérea é cinco vezes maior que a da terrestre. Outra vantagem é que a aplicação aérea pode ser feita em qualquer tipo de solo, inclusive nas regiões acidentadas, onde os tratores não alcançam, e também em períodos de chuva.

O alcance dos aviões também é maior nas lavouras atingidas pela ferrugem da soja. Além disso, a pulverização por tratores compactam o solo, fato que não ocorre quando o processo é realizado pelas aeronaves. Um avião agrícola tem capacidade para aproximadamente 950 litros de insumos, suficientes para cobrir uma área de 60 hectares.

A Neiva é a única fabricante nacional, desde 1973, deste tipo de avião. A empresa tem como principais concorrentes os tratores pulverizadores terrestres e os aviões importados dos Estados Unidos - país com a maior frota mundial deste tipo de aeronave. A valorização do dólar sobre o real desde o ano passado, por conta da crise financeira global, beneficiou a companhia. Mas, em contrapartida, acirrou a disputa pelas vendas de frotas usadas. No Brasil, a frota aérea agrícola está estimada em 1.300 unidades, das quais cerca de 1.000 foram fabricadas pela Neiva. (Fonte:Valor Econômico)

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