Segunda-feira, 29 de Abril de 2024


Rural Segunda-feira, 24 de Novembro de 2008, 13:37 - A | A

Segunda-feira, 24 de Novembro de 2008, 13h:37 - A | A

Exportações de couros movimentaram US$ 1,68 bilhão

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

As exportações brasileiras de couros movimentaram US$ 1,68 bilhão até outubro, registrando queda de 8% em relação ao acumulado do ano passado, segundo dados elaborados pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base no balanço da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Mantendo-se a média mensal até agora contabilizada, as vendas externas de couros em 2008 devem alcançar US$ 2 bilhões, reduzindo em US$ 500 milhões as expectativas originais da indústria curtidora para o período. Em relação aos couros bovinos, as exportações registraram US$ 1,65 bilhão, decréscimo de 8,1 % nos dez meses deste ano.

A despeito da queda das vendas externas, a contribuição do setor curtidor para o saldo de US$ 20,8 bilhões da balança comercial brasileira é expressiva, representando, até outubro, 7,4% do total.

“A indústria brasileira do couro continua extremamente preocupada com a queda das exportações, tanto em receita quanto em volume, fruto do longo período do câmbio apreciado, além dos já conhecidos obstáculos do Custo Brasil (altas taxas de juros, excessiva burocracia, precariedade do sistema de infra-estrutura etc.), agravada pela crise internacional”, adverte o presidente do CICB, Luiz Bittencourt.

Para contrapor-se a este quadro, o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) vem pleiteando junto ao governo o reajuste no Revitaliza (programa do Governo Federal que concede linhas especiais de financiamento a capital de giro, investimento e exportação). “A vinculação do capital de giro aos investimentos futuros transforma esse importante programa em matéria para ‘inglês ver’. O que os setores produtivos precisam, nessa época de incertezas e de crédito escasso, é de capital de giro”, defende Bittencourt.

Dentre outras medidas a entidade também propõe a imediata agilização na restituição de créditos federais e estaduais retidos em operações de exportação (especialistas avaliam que em todos os setores do País, devem alcançar cerca de R$ 17 bilhões); a criação de linhas de crédito para capital de giro puro; a desoneração da produção e, naturalmente, a adoção de uma política cambial que não comprometa ainda mais o desempenho do comércio exterior.

No mês de outubro, os principais destinos do couro brasileiro foram a China e Hong Kong, ambos com US$ 537,5 milhões (32% de participação); Itália, com US$ 453,4 milhões (26,9% de participação); e Estados Unidos, US$ 153,1 milhões (9,1%). No período, o Vietnã foi o mercado que mais cresceu (96%), somando US$ 80 milhões. Os demais países que adquiriram o produto nacional foram: a Indonésia comprou US$ 59,1 milhões do produto nacional (incremento de 15%), Alemanha, que aumentou suas compras em 44%, importando US$ 35 milhões, enquanto o México adquiriu US$ 40,7 milhões, representando crescimento de 26%, e a Noruega, que importou US$ 24,6 milhões do couro brasileiro (aumento de 66%).

Apesar dos obstáculos enfrentados este ano, a indústria curtidora vem registrando alta agregação de valor nas peças exportadas (couros crust e acabados) até outubro, sendo 77,55% em receita e 64,49% em volume.

O Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) é uma entidade federativa que representa, há 51 anos, cerca de 800 empresas de produção e processamento de couro. O complexo industrial emprega cerca de 50 mil pessoas, movimenta um PIB estimado em US$ 3,5 bilhões e recolheu impostos da ordem de US$ 1 bilhão em 2007.

Comente esta notícia


Colunistas LEIA MAIS