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2021 Sábado, 01 de Janeiro de 2022, 10:20 - A | A

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Retrospectiva 2021

No esporte, Jogos Olímpicos de Tóquio foram destaque em 2021

Mesmo com pandemia, brasileiros brilharam no Japão

Viviane Santos
Especial para o Capital News

RETROSPECTIVA 2021

Wander Roberto/CPB

Atleta sul-mato-grossense garante ouro nas paralimpíadas de Tóquio

Yeltsin Jacques, atleta sul-mato-grossense garante ouro nas paralimpíadas de Tóquio

Os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021 foram marcados por regras rígidas de distanciamento social e biossegurança em função da Pandemia do Novo Coronavírus (Covid-19), mesmo assim, as estrelas brilharam e o show acabou acontecendo mesmo em meio as adversidades. Na estreia dos jogos, uma garotinha brasileira de apenas 13 anos se destacou trazendo para o Brasil, a primeira medalha de ouro da temporada: Rayssa Leal, a “Fadinha do Skate” arrebentou o no skate street, onde os atletas competem sete vezes na pista, com duas voltas e mais cinco manobras. Das sete notas, são somadas as quatro melhores, descartando as três piores.

Wander Roberto/COB

Aos 13 anos, Rayssa Leal é a medalhista mais jovem da história do Brasil

Rayssa Leal


Rayssa Leal conquistou o público por suas habilidades e carisma, durante a competição ela dançava, aplaudindo as manobras das adversárias e se divertindo na pista. “Não caiu a ficha ainda. Poder representar o Brasil e ser uma das mais novas a ganhar uma medalha. Eu estou muito feliz, esse dia vai ser marcado na história. Eu tento ao máximo me divertir porque eu tenho certeza de se divertindo as coisas fluem, deixa acontecer naturalmente, se divertindo”, afirmou a atleta em entrevista ao Comitê Olímpico do Brasil (COB).

Três atletas brasileiras foram classificadas para a primeira final do skate olímpico. A primeira a se apresentar foi Pâmela Rosa, que somou 10.06 pontos, e após ter errado três de cinco manobras, ficou de fora da final, terminando em décimo lugar.

Na quarta e última bateria, competiram as brasileiras Letícia Bufoni e Rayssa Leal. Após as apresentações, Bufoni alcançou 10.91, terminando na nona colocação, sem conseguir se classificar para a final.

A final foi disputada por oito atletas, Rayssa Leal marcou 14,64 pontos, atrás apenas da japonesa Nishiya Momiji, com 15s26. A medalha de bronze ficou com a também japonesa Funa Nakayama, que fez 14,49 pontos. 

Na época, Rayssa chegou a dizer que a conquista olímpica iria impulsionar o skate feminino no Brasil. “Saber que muitas meninas já me mandaram mensagem no Instagram falando que começaram a andar de skate ou os pais deixaram andar de skate por causa de um vídeo meu, eu fico muito feliz porque foi a mesma coisa comigo. Minha história e a história de muitas outras skatistas que quebraram todo esse preconceito, toda essa barreira de que o skate era só para menino, para homem, e saber que estou aqui e posso segurar uma medalha olímpica, é muito importante para mim”, disse ao COB.

 

O Atleta Pedro Barros terminou na segunda colocação na final do skate park nas Olimpíadas de Tóquio e garantiu mais uma medalha para o Brasil. A modalidade estreante nos Jogos Olímpicos, rendeu três medalhas de prata para o país. Com a conquista, o país igualou o recorde alcançado nos Jogos Olímpicos Rio 2016, de 19 medalhas.

Mato Grosso do Sul em Tóquio Paraolímpico

Divulgação/CPB

Saltadora sul-mato-grossense conquista ouro em Tóquio

Silvânia Costa, medalhista de ouro

Natural de Três Lagoas, interior de Mato Grosso do Sul, a paratleta Silvânia Costa alcançou o lugar mais alto no pódio ao saltar 5,0m e garantir medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, tornando-se bicampeã do salto em distância, na classe T11, que compreende pessoas com deficiência visual.

"Que felicidade! Eu entrei com muita garra e determinação. Eu ralei muito, com a oportunidade que o CPB me ofereceu. A gente aproveitou o máximo e  consegui chegar aqui e cumprir a nossa meta e objetivo", disse em entrevista ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).


"Acho que o principal é quando o atleta sai satisfeito sabendo que perdeu primeiro para ele mesmo. E a gente superou todas as dificuldades e agora eu quero ver o hino e a bandeira do pódio. Eu nunca pensei em desistir. Eu sabia que este momento iria ser meu e que só dependia de mim os meus objetivos. Uma coisa eu não perdi: a minha garra, a determinação e a minha força de vontade. Então essa medalha vem com todo esse trabalho de apenas cinco meses”, ressaltou a paratleta. 


Em 2016 nos Jogos Paralímpicos do Rio, a paratleta não fazia ideia de que estava grávida e competiu com três meses de gestação, conquistando sua primeira medalha de ouro olímpica.


Campo Grande em Tóquio Paraolímpico

Rogerio Capela/CPB

Campo-grandense entra para história e conquista o segundo ouro em Tóquio

Yeltsin Jacques, campeão paralímpico

Na estreia do Brasil nas provas de atletismo dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, o sul-mato-grossense Yeltsin Jacques, fundista da classe T11, para cegos, conquistou a medalha de ouro na prova disputada no Estádio Olímpico de Tóquio.

Ele disputou os 5.000m pela classe T11 para cegos nesta quinta-feira (26), e com a marca de 15min13s62 garantiu a medalha de ouro na modalidade, chegando à frente dos japoneses Kenya Karasawa e Shinya Wada, que completaram o pódio. 

O brasileiro seguiu na liderança do pelotão na maior parte da prova, mas foi ultrapassado pelo japonês Kenya Karasawa faltando duas voltas para o fim. Ao final do percurso Yeltsin, deu uma arrancada e ultrapassou adversário, finalizando a prova alcançando um novo recorde das Américas.

Yeltsin Jacques explica que criou uma estratégia para superar os adversários. “Foi uma prova de bastante estratégia, eu já tinha definido uma estratégia próxima com os meninos. Eles foram me passando as informações durante a prova para a gente se posicionar conforme o combinado para evitar o choque”, destacou em entrevista ao Comitê.

Após a vitória, Yeltsin agradeceu o apoio e torcida da esposa que está em Mato Grosso do Sul. “Quando o Carlos [Antônio do Santos] entrou, ele falou sobre o queniano e o japonês. A minha esposa já tinha estudado essa e me avisou: o japonês não ganha de você na chegada, e foi dito e feito. Obrigado!”, disse Yeltsin.

Ao longo de sua trajetória, o paratleta natural de Campo Grande ganhou medalhas de bronze nos 800m e prata nos 1500m no Campeonato Mundial em 2013 na França. Nos Jogos Parapan-americanos de Toronto em 2015, conquistou dois ouros nos 1.500 e 5.000 metros; além do 5° e 11° lugar nas Paralimpíadas de verão de 2016;  No Parapan de Lima em 2019, o Yeltsin garantiu bronze na prova de 5.000m e outro ouro nos 1.500m.

O paratleta é bolsista do Programa Bolsa Atleta, projeto desenvolvido pelo Governo do Estado por meio da Fundação de Desporto e Lazer (Fundesporte), com intuito de fomentar a prática esportiva em MS.

"A medalha é do Brasil. Nós treinamos mais de dois anos especificamente para esta prova, então o trabalho foi feito, cumprido e Deus abençoe nós todos. E agora vamos para o 1.500m representar o Brasil", finalizou o atleta que ainda disputará a prova dos 1.500m que será disputada em 29 de agosto.

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