Após a prisão do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, na noite de sábado (22), por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, parlamentares da centro-direita intensificaram a ofensiva para que o Congresso Nacional vote imediatamente o projeto de anistia ampla, geral e irrestrita para os chamados “presos políticos do 8 de janeiro”. O deputado federal Marcos Pollon (PL-MS), um de seus mais fiéis defensores, afirmou que a medida deve ser pauta no plenário da Câmara até quarta-feira (26).
Bancada do PL se une em nome da anistia
Em reunião realizada com a bancada do PL, Pollon disse que, diante do cenário atual, “não há tempo para divergências políticas”. Segundo ele, a orientação foi clara: unidade total em prol de um único objetivo — a liberdade de presos que considera injustamente encarcerados. Entre os nomes que teriam destino incerto, inclusive ele destacou o ex-presidente Bolsonaro.
“A mensagem foi muito simples: deixar diferenças de lado, quaisquer interesses de lado e se unir … A anistia é a única e grande pauta que já existiu. Precisamos devolver a liberdade para todos esses inocentes, inclusive o presidente Jair Messias Bolsonaro.”
Divulgação
Deputado Pollon afirma que aprovação da Anistia devolverá liberdade aos “inocentes”
Prisão balança o tabuleiro político
A decisão de prender o ex-presidente, tomada pelo STF com base em suposta tentativa de violar a tornozeleira eletrônica durante a madrugada, reacendeu o clamor pela anistia. Para os aliados, trata-se de um ato de caráter exclusivamente político e com motivações premeditadas. Pollon classificou a detenção como uma medida com “requintes de crueldade”, sem base jurídica, concebida para construir uma narrativa “fantasiosa”.
Para ele, o Brasil vive hoje sob um regime de exceção, no qual a simples manifestação ou apoio político — como doar uma “vaquinha” ou mesmo levar uma marmita — pode resultar em prisões arbitrárias ou bloqueio de patrimônio.
“Nunca se viu tanto temor diante das pessoas. Estamos vivendo um estado ditatorial. Vimos centenas de pessoas sendo presas exclusivamente por se manifestarem. E há milhares com patrimônio bloqueado por supostas doações. Querem incutir medo no coração e nas mentes da população.”
Estratégia para votar a anistia esta semana
A expectativa do PL é que o projeto de lei do perdão aos chamados presos políticos seja colocado em votação até quarta-feira (26), diretamente no plenário da Câmara dos Deputados. Pollon manifestou otimismo, afirmando:
“Se tudo correr bem, até quarta-feira esperamos que a anistia seja pautada. E que consigamos os votos necessários para aprová-la urgentemente. Não vai acabar aí. Depois segue ao Senado.”
O deputado alertou, no entanto, que essa é apenas a primeira etapa de uma luta maior. “Uma etapa de cada vez. Se Deus quiser, esse capítulo extremamente triste da história do Brasil será deixado para trás.”
Um novo capítulo na história política brasileira?
Para a ala de centro-direita e os defensores do projeto, a anistia representa muito mais do que um gesto de perdão: simboliza uma redenção política e jurídica para centenas — possivelmente milhares — de pessoas que afirmam ter sido presas por motivações ideológicas. A atual crise com a prisão do ex-presidente só aumenta a pressão para que o Congresso aprove a medida com rapidez.
Ainda não está claro se há votos suficientes, nem se haverá resistências em plenário. Mas, para Pollon e seus aliados no PL, a urgência é clara: entre prisão e liberdade, o Congresso não pode hesitar.
Reprodução Câmara dos Deputados
Congresso inicia semana pressionando para que a pauta da Anistia volte a cena
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