O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) deu um passo importante rumo à modernização do trabalho ambiental com a apresentação dos primeiros resultados do Labi9 – Laboratório de Inovação. A iniciativa, desenvolvida em parceria com a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), utiliza Inteligência Artificial (IA) para automatizar rotinas do Nupam (Núcleo de Prática Ambiental), com foco inicial no combate ao desmatamento e à degradação de áreas protegidas.
O novo sistema, que interpreta relatórios técnicos, laudos do Nugeo (Núcleo de Geotecnologia) e autos de infração da Polícia Militar Ambiental, já permite que documentos como portarias, editais e ofícios — que antes levavam até duas horas para serem produzidos manualmente — sejam gerados em apenas 12 segundos.
“A Inteligência Artificial está sendo utilizada com base no mapeamento do fluxo de trabalho do Nupam, permitindo a produção inicial de documentos de forma rápida, precisa e padronizada”, explicou Ricardo de Melo Alves, assessor especial da Procuradoria-Geral de Justiça e coordenador do Labi9. “Estamos automatizando aquilo que antes era um trabalho mecânico, para que os profissionais do núcleo possam se concentrar em análises mais complexas e estratégicas”.
O Nupam, que presta suporte a cerca de 50 promotorias do Estado e lida com aproximadamente 800 procedimentos ambientais, deverá ganhar eficiência e produtividade com o uso da tecnologia. Os primeiros testes da IA apresentaram um índice de acerto superior ao trabalho humano, segundo o promotor de Justiça Luciano Loubet, coordenador do núcleo.
“Entregamos um trabalho de 4 meses em soluções prontas para acelerar a resposta institucional a crimes ambientais, com mais precisão e menos tempo”, afirmou Loubet.
A próxima fase envolve o acompanhamento da aplicação prática da ferramenta e ajustes com base na validação técnica dos promotores e especialistas do MPMS.