A Ponte Internacional da Rota Bioceânica, que ligará Porto Murtinho (MS) a Carmelo Peralta, no Paraguai, está com 75% das obras concluídas. Com investimentos bilionários, Mato Grosso do Sul se prepara para se tornar um dos principais eixos de escoamento do agro no país pela Rota Bioceânica.
A previsão de entrega da estrutura principal é para o segundo semestre de 2026, conforme apresentado nesta quinta-feira (31), durante a 10ª Reunião da Comissão Mista da Ponte Bioceânica, realizada no município sul-mato-grossense.
Na ocasião, o secretário de Estado da Semadesc, Jaime Verruck, destacou o bom andamento dos trabalhos. “Nós estamos, hoje, com 75% das obras concluídas. A previsão é que em agosto de 2026 tenhamos o término da obra da ponte. O cronograma tem corrido normalmente, o que é muito importante.” Ele também informou que a construção do lado paraguaio ainda não começou, mas segue com prazo alinhado ao do Brasil.
Rota Bioceânica

Ponte Internacional da Rota Bioceânica, que ligará Porto Murtinho (MS) a Carmelo Peralta, no Paraguai
As obras de acesso à ponte, que abrangem 13 quilômetros no território brasileiro e incluem quatro pontes intermediárias — uma delas com quase 700 metros devido a uma área alagada — estão 17% concluídas. A entrega deste trecho está prevista para o fim de 2025. No total, o Governo Federal investiu R$ 472 milhões na BR-267, enquanto o Governo do Estado aplicou R$ 40,6 milhões em obras em Porto Murtinho.
Durante a reunião, foi discutida também a implantação da infraestrutura alfandegária nos dois lados da fronteira. A Receita Federal estima um fluxo inicial de 250 caminhões por dia na rota. “Foi discutido o acordo alfandegário e a necessidade de que, nas próximas três semanas, o governo paraguaio apresente suas demandas, para que o Brasil possa elaborar o projeto do Centro Integrado de Alfândega”, explicou Verruck.
Além do potencial econômico, há preocupação com a segurança. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) já identificou Porto Murtinho como possível novo ponto na rota do tráfico internacional de drogas. “Mesmo sem a ponte pronta, quase duas toneladas de entorpecentes já foram apreendidas na região”, segundo relatório da PRF. A Rota Bioceânica, com mais de 2.400 km, promete reduzir em até 30% os custos logísticos e em 15 dias o tempo de transporte entre países do Mercosul e a Ásia.