O Plano Diretor do Corredor Bioceânico (CBC), que organiza e orienta ações de infraestrutura, logística, alfândega e governança da rota de integração entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, segue em avanço. O diagnóstico para o planejamento recebeu 264 propostas de soluções de entidades públicas e privadas, que vão nortear as ações dos oito governos subnacionais que compõem a rota.
Os dados foram apresentados pelo secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, durante a 1ª Jornada de Estudos Estratégicos, realizada no auditório do Comando Militar do Oeste (CMO), em Campo Grande. Com o tema “O Corredor Bioceânico de Capricórnio e os impactos para o Centro-Oeste”, o encontro reuniu autoridades civis e militares, pesquisadores e representantes do setor produtivo.
“O Corredor Bioceânico é uma transformação estrutural para Mato Grosso do Sul. Estamos no centro dessa rota e temos a oportunidade de consolidar o Estado como um hub logístico e comercial do Cone Sul. Esse é um projeto de desenvolvimento e de integração continental”, destacou Verruck.
O secretário ressaltou que a rota representa um avanço em competitividade e atração de investimentos, fortalecendo políticas públicas voltadas à sustentabilidade e diversificação econômica. Ele destacou ainda o esforço do Governo do Estado para alinhar infraestrutura, inovação e governança territorial à nova dinâmica que o Corredor trará.
Infraestrutura e conectividade
A Ponte Internacional da Rota Bioceânica já está com mais de 80% das obras concluídas, com previsão de término até o fim de 2026. Além das obras físicas, avançam também os processos de integração logística e administrativa. “O objetivo do Plano de Ação é colocar todas as seções do Corredor no mesmo nível operacional”, explicou Verruck.
Entre os projetos em desenvolvimento estão os de infraestrutura rodoviária, melhoria nas passagens de fronteira e implantação de Centros de Coordenação de Fronteiras, essenciais para garantir eficiência no transporte internacional. Também estão em andamento ações nas áreas de telecomunicações, digitalização e redes de energia, que visam aumentar a eficiência e reduzir custos operacionais.
A médio e longo prazo, o projeto exigirá a criação de núcleos estratégicos regionais para atender ao crescimento da demanda. “É crucial analisar as oportunidades que prefeitos e governos podem gerar para impulsionar o desenvolvimento regional, especialmente no agronegócio e na logística”, pontuou o secretário.
Turismo e integração continental
Um dos setores mais beneficiados será o turismo. Inspirado na famosa Rota 66 dos Estados Unidos, Verruck propôs a criação da “Rota 67”, ligando o Pantanal — maior área úmida do mundo — ao Deserto do Atacama, a maior área seca em altitude do planeta.
“Essa rota proporcionará uma experiência única, conectando biodiversidade, cultura e integração. Em breve será possível realizar essa viagem sem procedimentos alfandegários complexos, permitindo que os viajantes desfrutem da jornada em seus próprios veículos”, afirmou.
Segurança e cooperação
Verruck também destacou a importância da construção coletiva da segurança ao longo da rota. “Se o Corredor carecer de elementos que garantam a construção coletiva e o desenvolvimento dessas regiões, a iniciativa corre o risco de se tornar isolada. É essencial que todos os agentes — inclusive os de segurança — participem das decisões e percebam os benefícios diretos da integração”, reforçou.
O evento contou ainda com palestras do professor Sandro Teixeira Moita, do Instituto Meira Mattos (ECEME), e do pesquisador Lúcio Flávio Suakozawa, da Rede Universitária da Rota de Integração Latino-Americana (Unirila), que abordaram aspectos estratégicos e geopolíticos da integração continental.
Ao final, o secretário Jaime Verruck foi homenageado com diploma e medalhas do Exército Brasileiro pelo apoio às iniciativas de desenvolvimento e defesa regional.
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