O Governo de Mato Grosso do Sul anunciou, na última segunda-feira (11), a implantação do Centro Especializado de Atendimento à Criança e ao Adolescente em Campo Grande. O objetivo é ampliar a rede de proteção a menores vítimas de violência, oferecendo um atendimento humanizado que busque evitar a revitimização. O projeto, idealizado há dois anos, tem um investimento de R$ 10 milhões e deve ser concluído até o final de 2026.
De acordo com o secretário da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), Antonio Carlos Videira, o centro reunirá diversos órgãos para oferecer suporte completo às vítimas. Ele destaca que a instalação do espaço vai também contribuir para a repressão a crimes recorrentes, como a violência sexual. “O intuito é oferecer um suporte para que a vítima se sinta acolhida e respeitada. Vamos trabalhar para reprimir todo tipo de crime, visando a prevenção de ocorrências futuras”, afirmou Videira.
O centro contará com salas dedicadas ao Ministério Público, Tribunal de Justiça, Conselho Tutelar, IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) e à DEPCA (Delegacia Especializada de Atendimento à Criança e ao Adolescente). O delegado-geral da Polícia Civil, Lupércio Degerone Lucio, destacou que o novo espaço ajudará a reduzir a subnotificação dos casos de abuso e violência. “As políticas públicas de encorajamento para denúncias são feitas o tempo todo, mas o novo centro será um incentivo para mais denúncias”, afirmou.
Para a Associação de Conselheiros Tutelares de MS (Acetems), a criação do centro é crucial, pois oferecerá à DEPCA um espaço exclusivo para atender crianças e adolescentes vítimas de violência, sem a necessidade de dividir as instalações com casos de homicídios ou tráfico de drogas. Adriano Vargas, presidente da Acetems, comentou: “Hoje, o atendimento é feito em um anexo da CEPOL, o que é inadequado, pois as crianças acabam convivendo com criminosos.”
O projeto está sendo desenvolvido pela Sejusp e será construído em frente à Casa da Mulher Brasileira, no Jardim Imá, com uma área de 5,9 mil metros quadrados. O centro terá 40 salas, brinquedoteca, auditório e áreas comuns, além de atendimento 24 horas. A proposta é garantir um espaço seguro e acolhedor, mas também a implementação de políticas públicas de prevenção nas áreas de saúde, educação e segurança para garantir a proteção de crianças e adolescentes no estado.