Entre as cem tatuagens gravadas no corpo do tatuador Robson Vander Lan, 29 anos, apontado como o autor do estupro da acadêmica do curso de Química, ocorrido na manhã de segunda-feira (11), no campus da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em Campo Grande, uma delas escrita em letras garrafais em suas costas “Sobrevivendo no Inferno” parece mostrar o futuro de crimes que o esperava. O acusado foi apresentado nesta manhã (13), na Diretoria Geral da Polícia Civil (DGPC), durante entrevista coletiva.
Segundo a Polícia, o tatuador quando era adolescente foi internado em uma Unidade Educacional de Internação (Unei) pela prática de estupro. Já em idade adulta ele foi preso por ter matado a namorada que estava grávida. O tatuador é acusado também de estuprar três mulheres fora a acadêmica da UFMS, entre março e abril deste ano.
De acordo com a delegada Christiane Grossi, responsável pelo caso, as tatuagens usadas pelo suspeito foram primordiais para a identificação. “Pelos relatos de testemunhas e da própria vítima, todos confirmaram que ele (Robson) possuía várias tatuagens pelo corpo. Após violentar a estudante, ele fugiu em direção à Avenida Interlagos e lá algumas pessoas viram que ele estava em uma bicicleta como se estivesse fugindo de algo”, disse a delegada.

No alto das costas do acusado está tatuado: Sobrevivendo no inferno
Foto: Deurico/Capital News
Conforme a delegada, Robson possui passagens pela Polícia por homicídio, furto e por estupro. A abordagem à jovem na UFMS teria sido a sua segunda tentativa de cometer um crime, já que ele teria tentado abordar outra jovem um pouco mais cedo, porém uma viatura da Polícia que estava próxima do local fez com que ele desistisse.
Ainda conforme Christiane, a acadêmica conseguiu reconhecer o agressor também pelo modo de falar, já que o acusado tem a língua “presa” , fato este que marcou a vítima. A acadêmica relatou à delegada que o agressor estava com um canivete e ela questionou o agressor se ele a mataria. O estuprador disse que não e então ela pediu que ele jogasse o canivete. O acusado atendeu ao pedido. No local do estupro foi encontrado o canivete e roupa da vítima.

Delegada Christiane Grossi explica como o acusado foi preso e detalha as investigações
Foto: Deurico/Capital News
O acusado disse a imprensa que está arrependido do crime que ele a princípio só queria roubar a jovem, mas por acerto de conta com a acadêmica, ele resolveu estuprá-la. O tatuador disse ser usuário de entorpecentes e estava sofrendo o efeito da droga durante o estupro.
A delegada Lúcia Falcão titular da Delegacia da Mulher disse que caso outras mulheres vítimas do tatuador ou de outros crimes relacionados a mulher queiram prestar queixas devem entrar em contato com a delegacia por meio do telefone 3384-1149.

Delegada Lucia Falcão, da Delegacia da Mulher, diz que após o ocorrido a vítima tomou um coquetel de remédios anti estupro
Foto: Deurico/Capital News
Por Eduardo Penedo e Valquíria Oriqui - Capital News (www.capitalnews.com.br)
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