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Polícia Quarta-feira, 19 de Maio de 2021, 11:57 - A | A

Quarta-feira, 19 de Maio de 2021, 11h:57 - A | A

Abuso e exploração

Em um ano, 78% dos crimes apurava abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes

Dados foram revelados durante coletiva da operação Araceli, pelo promotor Marcos Alex

Elaine Silva
Capital News

Ana Carolina Vasques/Assecom MPMS

Em um ano, 78% dos crimes apurava abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes

Coletiva aconteceu na última terça

Durante coletiva realizada na sede do Ministério Público Estadual, em Campo Grande, nesta terça-feira (18) o promotor Marcos Alex Vera de Oliveira destacou que o foco da força-tarefa é tirar de circulação pessoas que cometem crimes contra crianças e adolescentes. Segundo ele, nos anos de 2019 e 2020, foram distribuídos 1.667 novos inquéritos policiais, dos quais 78% são voltados para a apuração de crimes contra a dignidade pessoal praticados contra crianças e adolescentes, como os crimes de estupro e importunação sexual.

“Os homens são a maioria dos autores, sendo que destes, 93% mantêm vínculos familiares com as vítimas. Em relação ao perfil das vítimas, 96% são do sexo feminino, sendo que desse percentual, 74% possuem idade entre 6 e 13 anos”, destacou o promotor.

Operação “Araceli” integra as ações do “Maio Laranja”, mês de combate à exploração e ao abuso sexual de crianças e adolescentes e para lembrar a data, 128 policiais civis e 150 policiais militares foram às ruas hoje, com o objetivo de dar cumprimento a 27 mandados de prisão e de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Criminal de Campo Grande. Conforme a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejup) a ação teve 20 condenados por crimes contra crianças e adolescentes, a maioria por abuso e exploração sexual, foram presos. A ação foi desencadeada pela força-tarefa formada por integrantes do Ministério Público Estadual, Polícia Civil e Polícia Militar de Mato Grosso do Sul.

“Os crimes contra crianças e adolescentes tem muitas particularidades e essa integração, além de tirar os agressores de circulação, impede a prática reiterada, bem como o aumento desse tipo de crime”, pontuou a delegada-geral Adjunta da Polícia Civil, Rozeman Geize Rodrigues de Paula.

Araceli
Batizada de Operação Araceli, a ação lembra o caso da menina brasileira Araceli Cabrera Sánchez Crespo, assassinada em 18 de maio de 1973, aos 8 anos de idade, na cidade de Serra, no Espírito Santo. O corpo da criança foi encontrado somente 6 dias após o crime, desfigurado por ácido e com marcas de violência e abuso sexual. Os acusados pelo crime foram absolvidos e o processo arquivado pela Justiça, fato que instituiu o Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual contra Crianças.

 

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