A conselheira tutelar Néia Ibanes, de 37 anos, foi vítima de tentativa de homicídio na terça-feira (20) durante atendimento relacionado à guarda de uma criança em Bela Vista. O agressor, pai da menor, foi preso em flagrante ao ser localizado pela Polícia Militar tentando se esconder em um brejo nas proximidades.
Segundo a Polícia Civil, o Conselho Tutelar se deslocou até a casa da família para solicitar documentos da criança, que passava por atendimento. No local, ao ser informada da possível reavaliação da guarda, a avó da criança reagiu com xingamentos e iniciou uma discussão com a equipe. Na sequência, o pai da menor se armou com uma foice e atacou a conselheira, atingindo-a na região da cabeça. Os demais conselheiros conseguiram fugir e acionaram a PM.
A vítima sofreu um ferimento grave e foi encaminhada ao hospital, onde permanece internada em estado estável nesta quarta-feira (21). O caso é investigado como homicídio qualificado na forma tentada, com agravante de recurso que dificultou a defesa da vítima.
Nota de repúdio e solidariedade
A Associação de Conselheiros Tutelares do Mato Grosso do Sul (ACETEMS) divulgou uma nota de repúdio, classificando o caso como uma grave violação aos direitos humanos e um ataque direto à proteção da infância e à integridade dos profissionais da área.
“A ACETEMS se solidariza à conselheira e sua família, expressa total apoio à equipe do Conselho Tutelar de Bela Vista, reafirmando que nenhuma forma de violência pode ser tolerada ou silenciada”, declarou o presidente Adriano Vargas.
A associação também cobrou medidas urgentes de responsabilização ao agressor e reforçou a importância de implementação do fluxo de atendimento conforme a Lei 13.431/2017, com a devida articulação entre os órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA).
Prefeitura se manifesta
A Prefeitura de Bela Vista também se posicionou em nota oficial. “Agredir quem protege é atentar contra toda a sociedade”, afirma o texto, assinado pela Secretaria Municipal de Assistência Social, Cidadania e Habitação. O município pediu rigor na apuração dos fatos e afirmou que a violência contra servidores públicos no exercício de suas funções é inadmissível.
O agressor está detido e teve a prisão preventiva solicitada pela Polícia Civil.