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Maio Bicheiro do Rio

Bicheiro Rogério Andrade deixa presídio federal após um ano em Mato Grosso do Sul

Após revogação do RDD, bicheiro retorna ao Rio de Janeiro, sem julgamento

Viviane Freitas
Capital News

Rogério Andrade, de 62 anos, um dos maiores bicheiros do Rio de Janeiro, deixou o presídio federal de Campo Grande após cumprir um ano de encarceramento. Durante esse período, ele passou por uma rotina diferente da dos outros presos em regime disciplinar, que inclui 480 horas de curso de agropecuária, 340 aulas de espanhol, participação em um projeto de remição pela leitura e até inscreveu um texto em um concurso de redação sobre saúde indígena.

O bicheiro foi transferido para a penitenciária federal em novembro do ano passado, após ser preso em sua residência, na Barra da Tijuca, por promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Rio. Ele é acusado de ordenar o assassinato de seu rival, Fernando Iggnácio, morto há cinco anos, no heliporto do Recreio dos Bandeirantes, em um conflito relacionado ao controle das máquinas de caça-níqueis e do jogo do bicho.

No último sábado, a 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio decidiu, por unanimidade, revogar o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) de Andrade. O relator do caso, desembargador Marcius da Costa Ferreira, argumentou que o regime não era compatível com o perfil do preso. No entanto, a defesa do bicheiro não conseguiu obter o relaxamento da prisão preventiva, e ele seguirá detido no sistema prisional do Rio de Janeiro até que o processo de julgamento seja concluído.

Durante o tempo em que permaneceu na Penitenciária Federal de Campo Grande, Rogério Andrade demonstrou boa conduta, conforme o Plano de Individuação da Pena. Além das atividades de aprendizado, como o curso de agropecuária e as aulas de espanhol, ele também participou de jogos de futebol no pátio da unidade e concorria ao 8º Concurso de Redação da Defensoria Pública da União. A Comissão Técnica de Classificação da penitenciária federal registrou que, apesar de sofrer com episódios de ansiedade e outros problemas de saúde, como hipertensão e obstrução de artéria, ele manteve uma boa disciplina.

Agora, com a revogação do RDD, Rogério Andrade deixa a solitária de Campo Grande, mas ainda não há previsão para o julgamento definitivo de seu caso. O processo continua no Rio, onde a Justiça decidirá se ele será levado a julgamento popular. A última audiência pública que contou com sua presença foi no 1º Tribunal do Júri do Rio, mas o depoimento esperado da viúva da vítima, Carmen Lúcia, não ocorreu devido ao temor que ela sentiu do réu.

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