Seria a vida de cada um de nós uma espécie de tapeçaria comandada pelos desígnios de Deus, que enviaria sinais por meio daquilo que nós chamamos de coincidências? Esse tipo de indagação surge quando se assiste ao filme “Nos caminhos de Deus” (“Tapestry”, no original). Dirigido por Ken Kushner, a obra traz uma importante reflexão sobre as dinâmicas contemporâneas.
Unesp

Oscar D'Ambrosio
Se a vertente religiosa pode afastar parte do público, a maneira como é tratado o universo do trabalho tem um inegável apelo. O ambiente de vendas é visto como doentiamente competitivo, com a valorização dos melhores resultados e humilhação em relação aos que não cumprem as metas.
É um contexto em que não há competição salutar, mas rivalidades doentias. Tudo isso se dá numa atmosfera em que atingir o primeiro lugar é colocado acima de relacionamentos familiares ou valores morais e éticos. Nesse universo, a sedução pelo dinheiro ou pelo sexo sem amor pode mobilizar o que há de pior em cada um.
A trajetória do personagem central, que perde o emprego, a confiança da esposa, a amizade dos filhos e ainda tem a mãe condenada por uma doença terminal, leva a uma espiral decadente de onde surge uma redenção. É o caminho dele, que merece ser conhecido, mas com o qual não há necessidade de identificação.
*Oscar D’Ambrosio
Jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
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