O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta sexta-feira (19) em um café com jornalistas no Palácio do Planalto que a queda da taxa de juros seria uma medida para combater a crise financeira internacional. Lula acredita que o Banco Central irá reduzir a taxa Selic no próximo ano.
Questionado se a redução de juros poderia ajudar no combate à crise, Lula respondeu: "Obviamente. Este é um ingrediente que pode acontecer no inicio do no ano que vem".
Apesar do pedido, Lula afirmou que a política monetária do Banco Central está acertada até o momento. Ele ressaltou, no entanto, que a crise deve fazer mudar o paradigma. "Até agora, a política monetária foi acertada, mas em época de crise não pode ficar do mesmo jeito que antes".
O presidente fez elogios ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e disse que ele é um homem "inteligente" e vai "saber o que fazer".
PIB
Lula disse também que o governo mantém a previsão de crescimento do PIB de 4% para o próximo ano. Apesar disso, ele admite que pode haver uma desaceleração da economia no primeiro trimestre de 2009.
“Eu tenho conversando com empresários, com o ministro Guido Mantega, com o Henrique Meirelles, que tenho preocupação com o primeiro trimestre do ano que vem. Vai ser um momento de um esforço imenso para não haver desaceleração das coisas. Se as coisas param, recomeçar do zero leva um tempo ”, disse Lula.
Mesmo com o temor da desaceleração, ele garante que o crescimento será mantido. “Trabalhamos com a hipótese de crescer 4%”, disse Lula. Ele afirmou que seria “mais gostoso” se o crescimento em 2009 fosse como o esperado antes da crise, de 6%.
Para Lula, o Brasil é o mais preparado entre os países do G20 para enfrentar a crise e sofrer menos. O presidente acredita que o país poderá sair da turbulência em um “novo patamar na economia mundial”.
Lula afirmou que, no dia 29 de dezembro deve ter uma reunião com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e outros ministros para debater as ações do governo e discutir a possibilidade de remanejamento nos orçamentos dos ministérios.
Crise
O presidente também disse que o governo irá tomar novas medidas contra a crise financeira internacional ainda neste ano. Ele não quis adiantar quais seriam as ações do governo, mas relatou que os setores que mais preocupam o governo são a construção civil, a agricultura, o automobilístico e o de pequenas e médias empresas.
“Há mais medidas ainda este ano, mas não vou antecipar porque quando você antecipa as medidas econômicas tudo pára à espera da medida”, disse Lula.
Ele citou como exemplo a redução do IPI para a compra de automóveis. Para o presidente, se a medida tivesse vazado antes as pessoas teriam parado de comprar carros à espera da redução do imposto.
O presidente afirmou ainda que o nível de crédito no mercado interno já está quase no patamar de antes da crise financeira internacional. Ele atribui a recuperação às medidas adotadas pelo governo.
“Houve um desaparecimento do crédito, nós tomamos as medidas e o credito já está quase no patamar antes da crise”, disse.
Lula destacou que o problema de crédito foi a principal conseqüência da economia nacional até o momento. Lula afirmou que cerca de 30% do crédito era obtido pelas empresas nacionais no exterior e que o governo precisou agir para resolver este problema. (G1)
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