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Internacional Quarta-feira, 23 de Abril de 2008, 16:12 - A | A

Quarta-feira, 23 de Abril de 2008, 16h:12 - A | A

Espanha prevê 1 milhão de imigrantes sem emprego em 2009

BBC Brasil (VN)

Pela primeira vez nesta década, o fluxo de imigração para a Espanha está diminuindo. A principal razão é a ameaça de desemprego por causa da desaceleração econômica.

A confederação de empresários do país calcula que cerca de 1 milhão de estrangeiros perderão seus trabalhos até o fim de 2009 por culpa da crise, especialmente nos setores de serviço e construção, onde atuam nove em cada dez trabalhadores brasileiros na Espanha.

"As notícias sobre a crise econômica que se vive aqui já cruzaram o Atlântico, e isso está dissuadindo muita gente que tentava entrar e agora já não tem clara a possibilidade de encontrar emprego", disse à BBC Brasil o secretário para imigração do sindicato Comissões Operárias, Gasán Saliba.

O governo espanhol não divulga números, mas confirma a redução na chegada de estrangeiros. "O fenômeno da imigração está se desacelerando", disse o ministro do Trabalho, Celestino Corbacho.

Segundo o ministro, a imigração latino-americana, que ocupa a maior parte das vagas dos setores mais vulneráveis (como construção, agricultura e serviços), já está sentindo os efeitos da crise.

Ramos vulneráveis

No primeiro trimestre de 2008, o Ministério do Trabalho registrou aumento de 92,1% de desempregados imigrantes no setor da construção em relação ao mesmo período do ano passado. Na agricultura, a taxa foi de 139,5%.

Pelos dados da Associação Nacional de Empresários e Profissionais Autônomos (ANEP), 96% dos brasileiros trabalham na construção e no setor de serviços.

Os imigrantes ocupam a maior parte das vagas dos chamados ramos vulneráveis, em torno de 60% do total de empregos.

A área mais prejudicada é a da construção civil. No biênio 2008-2009, haverá entre 600 mil e 800 mil novos desempregados no setor, sendo 95,5% deles imigrantes, segundo as previsões do presidente da Confederação Espanhola de Organizações Empresariais (CEOE), Gerardo Díaz Ferrán.
"Um número bastante crítico, que deverá diminuir nos exercícios seguintes", afirmou em comunicado à imprensa.

O problema é o futuro desses trabalhadores forasteiros. A ANEP indicou em um informe apresentado ao Ministério do Trabalho que "a rota natural dos imigrantes desempregados é trabalhar por conta própria".

Passam a ser microempresários principalmente em atividades relacionadas com serviços para sua própria comunidade como restaurantes especializados em comidas de seus países ou lojas de produtos de suas nacionalidades.

O sociólogo Carlos Gil Gómez avalia, entretanto, que a maior parte dos imigrantes desempregados acaba na economia do trabalho informal.

Autor de um estudo para o Observatório Permanente da Imigração da Universidade de Alicante, Gómez adverte que a recessão começou no setor da construção e se estenderá aos serviços e outras atividades como a agricultura e o emprego doméstico.


O fenômeno da imigração está se desacelerando

Celestino Corbacho, ministro do Trabalho

"Se considerarmos que 65% das mulheres imigrantes estariam trabalhando no serviço doméstico, já percebemos o grande nível de precariedade laboral", afirma o sociólogo. "A primeira conseqüência será que os estrangeiros migrem para atividades clandestinas por falta de opções."

Repatriação voluntária

O governo espanhol oferece como saída o aeroporto. O ministro Corbacho disse na última segunda-feira que o Estado anunciará em duas ou três semanas um pacote de medidas que promovam a repatriação voluntária dos estrangeiros.

A primeira, já confirmada pelo primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, será oferecer passagem de volta e microcréditos para quem quiser estabelecer um negócio em seu país de origem.

Outra é a capitalização dos benefícios que tenham gerado na Espanha. Isso quer dizer que os trabalhadores imigrantes legais que pagam cotas para aposentadoria ou seguro desemprego podem receber as devoluções em seus países com rentabilidade, em vez de cobrá-las na Europa.

Mas além de soluções o governo quer evitar mais problemas. O ministro disse também que a Espanha vai endurecer as leis para imigração e pretende que os estrangeiros só possam ter licenças de trabalho se chegarem com contrato.

O objetivo é só permitir a contratação para vagas necessárias. O governo ajustaria assim o número de trabalhadores às necessidades econômicas e laborais de cada momento.

Isso acabaria com a lei atual que permite a regularização dos imigrantes que recebem ofertas de trabalho.


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