Um veículo da Mabel ao tentar sair em alta velocidade do interior da empresa, em Três Lagoas, acabou atropelando um funcionário que participava de manifestação em frente à empresa com o apoio do sindicato da categoria, da Federação dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação e Afins de Mato Grosso do Sul (FTIAA/MS) e da CUT (Central Única dos Trabalhadores), que desde as primeiras horas desta terça feira, permanecem em frente à empresa fazendo protesto pelo não fechamento da Convenção Coletiva de Trabalho ´2009/10, que deveria estar em vigor desde 1º de novembro.
Uma gerente da empresa, que dirigia o veículo, por pouco não foi linchada depois de atropelar o funcionário que foi encaminhado para o pronto socorro com ferimentos pelo corpo e no rosto. A informação é de Vilson Gimenes Gregório, presidente da FTIAA/MS, que está no local liderando a manifestação dos trabalhadores que estão agindo de acordo com a lei.
Vilson Gimenes informou que a gerente viu os funcionários em frente à empresa e mesmo assim acionou o veículo sobre eles. O rapaz, que não havia sindo identificado, vai passar também por exame de corpo de delito para uma ação que a federação e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e afins de Três Lagoas e Brasilândia vai mover contra a empresa. Hoje à tarde Vilson e a vítima foram também à delegacia de polícia para prestar queixa contra direção da empresa que teria investido contra o funcionário.
O clima ficou tenso no momento do atropelamento, mas as lideranças sindicais e da CUT contiveram os funcionários para evitar violência. Alexandre Costa, membro da central sindical, também está em Três Lagoas acompanhando a movimentação dos trabalhadores que querem um piso salarial reajustado de R$ 480,00 para R$ 650,00. A empresa queria dar apenas R$ 520,00, ou seja, apenas R$ 10,00 a mais que o valor do novo salário mínimo que entrará em vigor em janeiro. “Os trabalhadores são categóricos em afirmar que não aceitam esse piso oferecido pela Mabel”, informa Vilson Gimenes por meio de sua assessoria a reportagem do Capital News.
O presidente do sindicato, Nilson Cavalcante também está na liderança dos manifestantes que pretendem pressionar a direção da empresa para fechar um acordo decente para os mais de 500 empregados da Mabel. “A empresa vem faturando alto e agora, na hora de partilhar uma pequenina parte do lucro com os empregados, ela recua. Não aceitamos isso”, afirma o sindicalista. Segundo ele, a manifestação de protesto vai continuar amanhã.
O clima ficou tenso no momento do atropelamento, mas as lideranças sindicais e da CUT contiveram os funcionários para evitar violência
Foto: Divulgação/Foto dos Grevistas
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