Capital News: A realização da Expo-MS Industrial coincide com o primeiro ano de gestão do senhor à frente da Fiems. Qual a avaliação que o senhor faz desse período?
Sérgio Marcolino Longen: Foram 12 meses de levantamentos para traçar o perfil da indústria sul-mato-grossense. Identificamos, porta a porta, o número das indústrias que compõe o setor no Estado e vamos definir as ações para os próximos anos, levando em conta o número das empresas pesquisadas e as reais demandas do setor para que se possa buscar o desenvolvimento.
CP: A Fiems hoje apóia o empresário também com ações como a Indústria do Conhecimento e a Educação para uma Nova Indústria. É uma ação diferenciada?
Sérgio Marcolino Longen: Os trabalhos hoje são pautados para atender a demanda das indústrias instaladas no Estado e estamos também trabalhando em conjunto com as indústrias que estão em fase de implantação em Mato Grosso do Sul. A intenção é, nos próximos anos, ter a indústria totalmente atendida pelo Sistema Fiems, por meio da nossa marca Indústria Ativa, nas áreas de educação e saúde para o trabalhador, oferecidas pelo Sesi (Serviço Social da Indústria), além dos cursos profissionalizantes disponibilizados pelo Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).
CP: Como surgiu a idéia de realizar a Expo-MS Industrial?
Sérgio Marcolino Longen: Em visita às feiras de desenvolvimento do setor industrial em outros Estados e também em outros países, sempre vislumbramos termos um dia uma feira de negócios em nosso Estado. Numa medida ousada, estamos realizando este projeto. Esperamos que o desafio seja superado e que tenhamos bons negócios nesse evento.
CP: Esse perfil de evento totalmente destinado à realização de negócios e com informações de tecnologia é capaz de evidenciar o novo momento da indústria no Estado?
Sérgio Marcolino Longen: A Expo-MS é o retrato deste novo momento. Entendo que vamos encontrar algumas dificuldades e, na insistência desse modelo de evento de negócios, a médio prazo, vamos ter feiras que divulguem o desenvolvimento industrial e que concentrem os negócios presentes e futuros do setor. Eu entendo que a matriz econômica do Estado está em transformação e nós devemos promover eventos que tragam o perfil de negócios e do setor de uma maneira geral.
CP: Quais são os segmentos que alavancam ou sustentam essa transformação da matriz econômica do Estado atualmente?
Sérgio Marcolino Longen: Os setores que hoje despontam no nosso Estado são o têxtil e confecções, que tem uma empregabilidade muito grande, a indústria da construção, que é forte em desenvolvimento em todos os municípios, o sucroalcooleiro, com a produção de açúcar e álcool, o alimentício, o metal-mecânico, o petroquímico, que está se formando, o minero-siderúrgico, que hoje traz grandes empresas a Mato Grosso do Sul que são fortes candidatas a assumirem a liderança do setor industrial do Estado, além do setor de papel e celulose.
CP: Qual a avaliação que o senhor faz da criação do Radar Industrial, que é um indicador para revelar à sociedade os números da indústria?
Sérgio Marcolino Longen: Nós não tínhamos os números reais da indústria estadual e, em pesquisas recentes, que fazem parte da nossa estratégia de informação, pois entendemos que a informação é o maior patrimônio de desenvolvimento que nós temos, criamos o Radar Industrial para divulgar os dados coletados. Acredito que nós devemos ter o Radar Industrial em total operação nos próximos 12 meses porque implantamos as bases de dados agora e muitas informações nós precisamos de respostas das indústrias, sejam das instaladas ou das que estão chegando ao Estado. Com certeza, no próximo aniversário do nosso mandato, o Radar Industrial trará os índices de desenvolvimento e econômico completos do nosso Estado, servindo de base para as empresas que pretendem investir em Mato Grosso do Sul.
CP: A Fiems realiza um trabalho expressivo em torno dos gargalos da industrialização, entre eles, a reforma tributária, o custo da energia e, mais recentemente, o alinhamento do horário do Estado com o de Brasília. Como o senhor avalia esse tipo de ação da Federação?
Sérgio Marcolino Longen: Quando se fala em desenvolvimento, nós temos de discutir os problemas que envolvem o setor, como energia, base de informações, qualificação de mão-de-obra, ou seja, tudo aquilo que faz com que o setor enfrente dificuldades. Hoje, discutimos a questão do fuso horário e entendemos que a defasagem de uma hora em relação a Brasília traz problemas ao nosso desenvolvimento econômico. Eu entendo que não temos condições de discutir problemas de saúde e que envolvam outros assuntos técnicos, mas acreditamos que poderíamos ter um horário mais desenvolvimentista, como o de São Paulo, visto que, praticamente, 70% da matéria-prima do setor industrial vem de grandes centros que trabalham no horário de Brasília, que é hoje o horário oficial do País. Na minha opinião, é chegada a hora de o horário do desenvolvimento ser implantado no nosso Estado. Não sei os impactos que nós teríamos na saúde com a mudança de horário, mas não vejo isso como empecilho para que o assunto seja discutido. Nós gostaríamos de ampliar a base de discussão desse assunto porque entendemos que precisamos de um horário desenvolvimentista.
CP: Quais as perspectivas da indústria para os próximos dez anos no Estado? A industrialização é um processo irreversível?
Sérgio Marcolino Longen: Outros Estados já passaram por esse processo e nós estamos vivenciando isso hoje. A Federação faz parte desse movimento e está trabalhando nesse sentido com a Seprotur (Secretaria Estadual de Produção), Governo do Estado e Prefeituras dos principais pólos de desenvolvimento industrial de Mato Grosso do Sul.
Nós entendemos que nos próximos dez anos o Estado terá um parque industrial expressivo fruto de uma indústria sólida, porque temos o principal que é a indústria de base. Já começamos a processar aqui nossas matérias-primas e em poucos anos vamos consolidar a indústria como força máxima da nossa matriz econômica.
(O Capital News agradece a Assessoria de imprensa da Fiems pela colaboração com a entrevista do Presidente Sérgio Marcolino Longen.)
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