Campo Grande Quinta-feira, 02 de Maio de 2024


ENTREVISTA Quarta-feira, 27 de Julho de 2011, 08:11 - A | A

Quarta-feira, 27 de Julho de 2011, 08h:11 - A | A

Eleições na Acrissul 2011: Entrevista com José Lemos Monteiro

Wendell Reis - Capital News (www.capitalnews.com.br)

As vésperas da eleição para a presidência da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), que acontece no próximo dia 8 de agosto, o Capital News foi conhecer as propostas dos dois candidatos ao cargo: Francisco Maia e José Lemos Monteiro.

A Acrissul foi criada no dia 15 de janeiro de 1931 pelo Tenente César Bacchi de Araújo. Porém, a primeira feira foi realizada no dia 26 de agosto de 1933, com exposição de bebidas de Corumbá, artefatos de couro, redes e artesanatos de Cuiabá, Campo Grande e Três Lagoas. Da criação para os dias de hoje, a Acrissul passou por diversas mudanças e além da importância por representar o setor pecuário, que movimenta a economia do Estado, destaca-se pelo Parque de Exposições Laucídio Coelho, considerado o mais antigo de Campo Grande.

Nos últimos meses, o Parque foi proibido de realizar os tradicionais shows, criando uma polêmica no município, que ficou sem o local mais utilizado para a realização de eventos. Assim, a manutenção e destino do Parque é um dos temas de grande interesse e que será levado em conta na escolha do novo presidente da instituição.

Os dois candidatos responderam as mesmas perguntas, sendo questionados sobre temas importantes como o Fundersul, problemas com licenciamentos do Parque de Exposições Laucídio Coelho e propostas para os dois anos de mandato a frente da instituição.

Capital News: Nós gostaríamos que o senhor falasse sobre a sua experiência profissional e como ela pode contribuir para o mandato na presidência da Acrissul.

José Lemos Monteiro: Estou trabalhando na pecuária há quase 40 anos e tenho dividido o meu tempo com entidades que representam a classe. Nos anos 80 trabalhei na Acrissul junto com a diretoria do Antônio Morais Ribeiro Neto. Nos anos 90 eu trabalhei com associações de raças. Ajudei muito nos cruzamentos e no ano 2000 entrei no sistema sindical, que culminou com a presidência do Sindicato Rural de Campo Grande. Acredito que tenho uma visão muito real do que acontece na pecuária do Mato Grosso do Sul e, principalmente, do Brasil. Acredito que posso contribuir muito com a classe, reivindicando dos políticos as coisas que nos são muito importantes.

Capital News: O que o senhor acredita que pode fazer para melhorar o setor? Qual a medida mais urgente a ser tomada daqui para frente?

José Lemos Monteiro: Nós acreditamos que muita coisa precisa ser feita, mas imediatamente temos que conseguir que o Código Florestal seja votado e aprovado no Senado. Para isso, nós precisamos do apoio de todos os senadores do Mato Grosso do Sul e, principalmente, de outros estados. Então, o Código Florestal como está é prioridade para o pecuarista e agricultor sul-mato-grossense. A segunda prioridade é com relação ao direito de propriedade. Não podemos permitir que o direito de propriedade seja relativizado. Ou seja, não é questão de índio, sem terra ou quilombola que vai tirar do proprietário rural, aquele que está situado a mais de 100 anos do local, que herdou do seu avô, bisavô ou pai a propriedade e que tem o direito de propriedade... e que os governos e, principalmente a Funai, não quer acreditar e entender isso.

Capital News: Uma das polêmicas que envolvem o agronegócio no momento é o Fundersul. O senhor é contra ou a favor?

José Lemos Monteiro: O Fundersul é um dinheiro que o produtor paga para usar as estradas. Isso, no começo, foi muito polêmico e os produtores foram terminantemente contra. Porém, o tempo foi passando e o dinheiro foi sendo usado. Eu que levava cinco horas para chegar na minha propriedade, hoje gasto só três horas, com asfalto que foi feito de Corguinho até Rio Negro. Então, o dinheiro tem sido usado para construir, substituir as pontes de madeiras das estradas vicinais. A Acrissul e a Famasul tem lugar no conselho. Então, nós precisamos entrar em entendimento com o governo do Estado para que os interesses dos produtores também sejam ouvidos.

Clique na imagem para acessar a galeria

.Candidato é a favor do Fundersul.
Foto: Deurico/Capital News

Capital News: A Acrissul enfrentou problemas com a questão dos shows no Parque de Exposições Laucídio Coelho. Como fazer para resolver este problema com licenciamentos. É possível fazer os shows voltarem para o Parque?

José Lemos Monteiro: Eu acredito na justiça e, principalmente, nos produtores de Campo Grande. Acredito também que um bom relacionamento e a gente procurar temas que são convergentes, ou seja, deixar a convergência de lado e convergir para que a Acrissul possa ter uma fonte de renda e que os impedimentos que estão acontecendo por lá na Acrissul, que chegou lá primeiro, não sejam, vamos dizer, desvirtuados. Eu acredito em diálogo e no bom senso dos promotores de Campo Grande. Acredito que consigo através de bom senso uma solução interessante para os dois lados.

Capital News: O Estado tem um dos maiores rebanhos do Brasil e a carne chega bem cara para o consumidor. Como mudar isso? Como a Acrissul pode ajudar a economia de Mato Grosso do Sul, atendendo os anseios da sua classe e o desejo de industrialização dos governantes?

José Lemos Monteiro: Acredito firmemente que a Acrissul, ao lado das entidades que já existem e tem trabalhado a favor do produtor rural, consigam com que o rebanho do Mato Grosso do Sul volte a aumentar. Nós achamos que o rebanho está diminuindo. Nós estamos usando pastos que foram formados na década de 70 e que estão fazendo 40 anos e precisam ser fertilizados. A Acrissul, junto com todas as entidades que defendem o produtor, precisam ir atrás dos governos e governantes para conseguir crédito para aumento do rebanho e fertilização dos pastos. Nós acreditamos que uma vez o rebanho aumentando e o boi estando mais disponível para os frigoríficos, o patamar de preços fiquem melhores.

Capital News: Para encerrar gostaríamos de saber as propostas do senhor para o mandato.

José Lemos Monteiro: Tenho basicamente sete propostas: a primeira é o Código Florestal. Segunda, direito de propriedade. E terceiro, através de uma participação junto a promotoria do Estado, conseguir um entendimento para que os shows voltem a Acrissul, para que a gente consiga fazer uma estrutura com isolamento acústico e fazer rodeios e shows, para que tanto o proprietário rural como o habitante de Campo Grande consiga frequentar a Acrissul com mais assiduidade. Trazer as famílias para a Acrissul e fazer uma parceria para ministrar cursos de capacitação de mão de obra. Temos no Estado uma mão de obra que não é especializada. Através de cursos na Acrissul conseguirmos melhorar o nível da mão de obra rural aqui no Estado.

Clique na imagem para acessar a galeria

.José Lemos quer investir em capacitação de mão de obra.
Foto: Deurico/Capital News


Por Wendell Reis - Capital News (www.capitalnews.com.br)

 

 Veja também:

Francisco MaiaFrancisco Maia é produtor rural, empresário do setor de comunicação e atual presidente da Acrissul. Entre as propostas para um novo mandato está a transformação do Parque de Exposições Laucídio Coelho em um shopping do agronegócio e o parque tecnológico da pecuária sustentável, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA).

 

 

O site Capital News está com seu perfil no Twitter para teste
confira em: http//www.twitter.com/CapitalNews

O site Capital News está com seu perfil no Facebook para teste
confira em: http://www.facebook.com/CapitalNews

O site Capital News está com seu perfil no Google Buzz para teste
confira em: http://www.google.com/profiles/redescapitalnews

O site Capital News está com seu perfil no Windows Live para teste
confira em: http://cid-2dc6f43d919f9f71.profile.live.com/

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS